Na última sexta-feira (31 de janeiro/2020), o maior terremoto da história do Brasil completou 65 anos. O terremoto foi no último dia de janeiro de 1955, o pequeno municÃpio de Porto dos Gaúchos, no centro-norte de Mato Grosso, sentiu os reflexos de um tremor de terra que teve magnitude de 6,6 na escala de Richter, com epicentro a 100 quilômetros, na Serra do Tombador. Desde então, sismógrafos têm registrado atividade recorrente na região.
Abalos sÃsmicos da magnitude observada há 65 anos são considerados fortes e podem causar grandes estragos em áreas habitadas num raio de até 160 quilômetros em torno do epicentro. Devido à pequena população e à ausência de grandes construções no municÃpio de Porto dos Gaúchos, o abalo sÃsmico não causou grandes estragos.
Desde então, Porto dos Gaúchos vem registrando abalos sÃsmicos recorrentemente. Em 1998 e 2005 a cidade sofreu sismos de magnitude 5, considerados moderados, mas pouco recorrentes no Brasil. Ambos os tremores foram seguidos de diversos outros pequenos abalos sÃsmicos, que foram estudados pelo Observatório Sismológico da Universidade de BrasÃlia (UnB).
Há duas semanas, no dia 20 de janeiro, outro abalo sÃsmico ocorreu na cidade. Registrando magnitude de 2,5 na escala Richter, o sismo, apesar de ser considerado pequeno, chegou a ser sentido por alguns moradores. Segundo especialistas, essa intensidade de tremor é equivalente ao tremor causado por um veÃculo grande e pesado passando por uma rua.
Segundo o professor da UnB, Lucas Vieira Barros, doutor em Sismologia pela mesma instituição, a sismicidade recorrente observada em Porto dos Gaúchos e o grande terremoto de 1955 nas proximidades fazem dessa região, localizada na bacia do Parecis, uma das zonas sÃsmicas mais importantes do Brasil, amplamente estudada pela ciência.
De acordo com o Observatório Sismológico da UnB, na região de Porto dos Gaúchos há um rebaixamento da crosta terrestre, também chamada de zona de fraqueza. Essa falha geológica, ainda na litosfera, camada mais superficial da terra, seria a causa dos abalos.