A lesão, aparentemente, era de uma ferida, algo parecido com uma espinha. Não causava dor, mas, muito incômodo. Consultas e mais consultas, até o diagnóstico: câncer de mama. Pai de três filhos, Ricardo Fernando Nascimento Fonseca, de 35 anos, luta há 2 anos contra a metástase e, periodicamente, faz exames para controlar a doença. Ao mesmo tempo, ele não aceitou ficar em casa e continua atuando como 2° sargento no Batalhão de Choque da PolÃcia Militar (BpChoque), em Campo Grande.
“Eu passei por quatro médicos, até que o último deles resolveu fazer uma biópsia e descobriu o câncer de mama. A doença já é rara em homens e, quando isso acontece, geralmente é com pessoas acima dos 60. Houve depois a descoberta da metástase e foram encontrados nódulos. Hoje estou há quase dois anos em tratamento e o câncer está em nÃvel IV, não existe cirurgia e, para a medicina, não existe cura. Agora, faço o tratamento para estabilizar”, afirmou o policial.
Ainda conforme Fernando, neste perÃodo, apareceram lesões na bacia, coluna, costela, crânio e também em outras partes ósseas. Durante o tratamento, ele poderia estar afastado, porém escolheu o acalento da famÃlia, dos amigos e até dos cachorros do “canil do Choque”, no qual ele é responsável.
“Na verdade, o meu pensamento é de não se entregar em situação nenhuma. Esse é um dos lemas que eu levo na minha vida. A gente tem que ter forças pra lutar e eu acho que ficar em casa hoje não resolveria a minha vida, não deixaria a minha saúde melhor ou pior, então eu preciso dar continuidade na minha vida. Em uma entrevista, eu disse, e agora repito: A gente vai ter um dia pra morrer, todos os outros nós vamos estar vivos, então eu tô vivendo, trabalhando e fazendo o que eu gosto”, finalizou Fonseca.