Dois áudios e um vídeo mostrando os dois rapazes, que eram irmãos e foram assassinados na madrugada de domingo na Gleba Macuquinho, em Comodoro (MT), revelam que os autores do crime agiram com frieza e crueldade muito maiores do que se imaginava.
Testemunha revelou que a motivação do duplo homicídio seria por causa de “cadeiras de praia” que os dois jovens haviam levado para a festa na comunidade e que tinham sido ocupadas por uma criança e pela esposa de um dos assassinos, identificado como “Barba”.
A voz que aparece no áudio é de um morador da localidade, que revela atuar no transporte escolar. Ele confirma a versão do site, contando que tudo começou quando os rapazes pediram as cadeiras que haviam levado, pois ambos estavam indo embora do evento.
Além de xingar os dois irmãos, a mulher jogou as cadeiras no chão e, neste momento, chegou o marido dela, que também destratou os rapazes. Os jovens foram embora e a testemunha foi chamada para apaziguar a situação. Segundo conta, a mulher pivô do crime disse que havia pedido desculpas aos rapazes.
Os jovens foram para a casa de uma amiga, onde ficariam até o dia seguinte, mas como ela já estava dormindo, eles voltaram para pernoitar na casa de um amigo da família, identificado como “Zezão”.
Ao ver os irmãos de volta, o homem conhecido como “Barba”, que mora na Gleba, teria dito à testemunha que eles haviam retornado depois de buscarem armas na casa da tal amiga. “Em vez de chorar a minha mãe, vai chorar a mãe deles”, teria dito o autor do duplo homicídio.
A mesma testemunha diz que argumentou com o homem que os rapazes eram humildes. “Esses meninos não são de briga, são educados. Pare com isso”, disse o morador, que depois foi atender as pessoas que estavam na festa.
Os dois rapazes saíram novamente da festa juntos com o amigo da família para casa na qual iriam dormir, e “Barba” teria ido atrás deles, retornando para a festa cerca de 40 minutos depois contando o que tinha feito, segundo o relato gravado pelo autor do áudio.
Ao voltar, Barba disse ao morador: “não falei pra você que o negócio ia dar merda?” Em seguida, ele revela ter matado os dois irmãos, versão confirmada por um comparsa, identificado como “Daniel”, e que teria disparado: “nós matamos mesmo”. Este participante do crime teria fugido depois para a cidade de Colorado do Oeste. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Comodoro, mas nenhum dos dois acusados foi preso até o momento.
Na maior frieza, os assassinos pediram cervejas e continuaram bebendo na festa, mesmo tendo deixado os dois corpos para trás, poucos instantes antes. O matador, inclusive, queria exibir para a testemunha um vídeo gravado em seu celular, mostrando os dois garotos ensanguentados, e que teria sido gravado por ele mesmo, junto com o outro envolvido nas mortes.
A testemunha não quis ver as imagens, que são realmente chocantes, já que ambas as vítimas teriam sido obrigadas a se deitarem na garagem da casa do amigo que os acolhia e executadas ali mesmo, sem a menor chance de defesa.
Segundo informações não oficiais, um dos irmãos foi executado de bruços, com um tiro a queima-roupa na nuca, enquanto o outro foi esfaqueado, o que explica o intenso sangramento mostrado no vídeo.
CORPOS JÁ CHEGARAM
Segundo um parente dos dois rapazes, os corpos deles foram buscados na cidade de Pontes e Lacerda (MT), onde foi realizada a necropsia, em chegaram em Vilhena nesta madrugada.
O entrevistado contou que além de uma marca de bala na nuca, o cadáver de Daniel apresentava sete perfurações de faca, desferidas nas costas. O parente disse que não teve coragem de olhar o corpo da outra vítima, Josué.