“Três meses após sua chegada, Bolsonaro decepciona” é o tÃtulo de uma matéria publicada pelo jornal Les Echos nesta sexta-feira (29).
Les Echos enumera os problemas causados pelo presidente que, segundo a matéria, começam com o fracasso do pesselista em consolidar uma coalizão para colocar seu programa de governo em ação. O jornal destaca que Bolsonaro não consegue nem mesmo acertar os ponteiros com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, até então um importante aliado.
Para Maia, o pesselista está “brincando de presidir”, enquanto a reforma da previdência, uma promessa de campanha de Bolsonaro para reduzir a vulnerabilidade orçamentária do Brasil, continua em suspenso, destaca o jornal. Para piorar a situação, reitera Les Echos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ameaça jogar a toalha se não obtiver apoio suficiente para aprovar a reforma que visa uma economia de mais de R$ 1 trilhão.
Resultado: o Banco Central reduziu de 2,4% para 2% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019, queda na Bolsa de Valores de São Paulo e o dólar ultrapassando a barreira dos R$ 4 na quinta-feira (28).
Europa deixou de ser prioridade para o Brasil
Na cena diplomática, Bolsonaro cumpre seus engajamentos de campanha, aproximando-se dos Estados Unidos e de Israel, embora a promessa do presidente de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém não deva acontecer, destaca Les Echos. Já a Europa deixou de ser uma prioridade para o Brasil, com exceção da Itália, da Polônia e da Hungria, “em razão das afinidades polÃticas com o governo Bolsonaro”, publica o diário.
Mesmo diante da queda de popularidade do pesselista, de 67% para 51% em três meses de governo, Bolsonaro não dá trégua à s polêmicas. A mais recente é a ordem do presidente para que as Forças Armadas comemorem os 55 anos do Golpe Militar de 31 de Março de 1964, com a justificativa de que não houve ditadura militar no Brasil, “apesar dos relatórios oficiais do Estado brasileiro sobre a morte de mais de 400 pessoas em 21 anos de regime militar”, sublinha a matéria. “Os investidores não precisavam de mais esse escândalo”, conclui o jornal Les Echos.