O deputado Delegado Waldir (GO), lÃder do PSL na Câmara, afirmou nesta sexta-feira (18) que o presidente Jair Bolsonaro tentou comprar deputados da legenda com oferta de cargos e do controle do partido.
De acordo com Waldir, o objetivo era que esses parlamentares assinassem lista de apoio ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, a fim de torná-lo lÃder do partido no lugar do próprio Waldir. A lista de Eduardo Bolsonaro recebeu 27 assinaturas contra 29 da lista de Waldir, que com isso permaneceu no posto.
Waldir deu a declaração em entrevista durante convenção extraordinária do PSL em BrasÃlia que discutiu a crise no partido, dividido entre bolsonaristas e apoiadores do presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). A assessoria do Palácio do Planalto informou que não irá comentar.
Nesta quinta (17), em um áudio gravado clandestinamente pelo deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) durante uma reunião de parlamentares do partido, Waldir afirmou que iria “implodir” Jair Bolsonaro e chamou o presidente de “vagabundo”. Mais tarde, recuou e disse não ter nada contra Bolsonaro. Nesta sexta, ele retomou o tom crÃtico:
“A questão da implosão era o áudio que foi divulgado parcialmente da fala do presidente tentando comprar parlamentares ao oferecer cargos e o controle partidário para esses parlamentares que votassem a favor do filho do presidente”, declarou Delegado Waldir.
O áudio ao qual Waldir se refere era a gravação de uma conversa de Bolsonaro com um interlocutor não identificado na qual o presidente tenta obter votos para Eduardo Bolsonaro. “Olha só, nós estamos com 26, falta só uma assinatura pra gente tirar o lÃder, tá certo, e botar o outro. A gente acerta, e entrando o outro agora, em dezembro tem eleições para o futuro lÃder a partir do ano que vem”, afirma Bolsonaro na gravação.
O PSL enfrenta uma crise que envolve o comando da legenda, o Palácio do Planalto e os parlamentares no Congresso.
Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do partido, Luciano Bivar, travam uma disputa interna.
A crise começou quando o presidente da República se dirigiu a um apoiador, na entrada do Palácio da Alvorada, e pediu a ele para “esquecer” o PSL porque Bivar estaria “queimado para caramba”.