Mato Grosso é o quarto estado que mais produz energia solar no paÃs. Só fica atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Desde o inÃcio deste ano, a Energisa registrou um aumento de 200% nos pedidos de análises de projetos para a inclusão de geração solar na rede de distribuição.
No entanto, esse crescimento está ameaçado porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer fazer alterações no sistema de compensação de crédito para quem usa a energia solar. Isso pode reduzir em mais de 60% a economia do cidadão que investe em energia renovável.
A cada dia mais pessoas estão adotando o sistema em Cuiabá – região onde o sol é abundante.
O empresário Donizete de Oliveira implantou o sistema há dois anos e diz que foi um ótimo investimento. Já teve uma economia de R$ 5 mil. “Acredito que depois de R$ 3 a R$ 4 anos, a gente já vai conseguir ter o retorno investido”, disse.
Uma fábrica de estofados, que tem 120 funcionários e vende para o Brasil inteiro, também adotou a energia solar. Antes, a conta de energia na empresa chegava a R$ 20 mil por mês, porque são várias máquinas ligadas o tempo todo.
Há três meses que o empresário investiu R$ 500 mil na instalação de placas solares. Agora, a conta de luz caiu para R$ 3 mil. Já foram economizados R$ 50 mil só nesse perÃodo.
“É um investimento seguro, a longo prazo, desde que se mantenha a legislação atual”, afirmou o empresário Ayres dos Santos.
O custo para a instalação de um projeto de energia solar é alto. Os equipamentos dessa fábrica serão pagos em 2 anos e meio.
Taxação
Atualmente, funciona da seguinte forma: o consumidor produz a energia e o que ele não usa é destinado à rede da concessionária para que ele use depois, ficando com um crédito com a empresa. Hoje o crédito é todo do consumidor.
Mas, agora o setor está apreensivo com as mudanças que a Aneel quer fazer. O governo quer cobrar impostos dessa produção a mais e isso reduziria o crédito a menos da metade.
Um empresário que está nesse ramo há cinco anos acredita que, se a medida for instituÃda, o impacto será muito grande.
Em Mato Grosso, existem 130 empresas que trabalham no setor, mais de 3.700 mil empregos diretos.
“Vai ter uma redução drástica e vai demorar muito para chegar ao patamar que estamos hoje. A pessoa já tem o orçamento comprometido e quando tiver que pegar o dinheiro no banco e acrescentar mais dinheiro para a aquisição do produto, ele não vai entrar nessa”, avaliou o empresário Nelson Tinoco.