Mato Grosso bateu o recorde diário de mortes pela Covid-19, em junho, virou o epicentro da doença na região Centro Oeste. São em média 22 mortes por dia provocadas pelo novo coronavírus.
O avanço rápido da doença criou o que os especialistas chamam de onda de contágio que esgota leitos, recursos e profissionais de saúde.
“A gente está vendo pacientes jovens, amigos e colegas de profissão morrendo e a gente está numa situação lamentável, desesperadora. Se você salva uma vida tem três, quatro vidas na fila pra você admitir esses pacientes, então é uma situação desesperadora para nós médicos”, afirmou o médico César Androlage.
A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado para pacientes com Covid-19 está 91%. Só restam leitos de retaguarda, que são semi-intensivos.
A fila por vagas já tem mais de 50 pessoas.
O pai da Lucilene Bastos da Silva é uma delas. Camilo Pereira da Silva, de 75 anos, tem diabetes e pressão alta. “Está hospitalizado na UPA do Morada do Ouro. Já recorremos a Defensoria Pública, o juiz expediu uma liminar, já está na Secretaria de Saúde, mas até agora não conseguimos a UTI para o meu pai”, explicou.