“O período crítico chegou e podemos ter dias piores”. A frase é do secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, que retomou o trabalho presencial após ficar após uma semana afastado, devido ao fato de ter mantido contato com pessoas infectadas com a Covid-19. Ele concedeu entrevista coletiva virtual nesta semana e fez um apelo para que as pessoas respeitem o isolamento social, sob pena de faltar leitos em UTIs.
Segundo Gilberto, os números falam por si. Ele alerta para o fato de a flexibilidade do comércio das cidades não ajudar a manter o isolamento das pessoas. Além disso, uma parcela da população está, inclusive, passeando por shopping centers.
“Por ora, tenho visto gente indo passear em shopping como se nada tivesse acontecendo. Estamos em um período crítico e podemos ter dias piores. Se você está indo a festa, shopping e reunião, é importante você saber que você pode precisar de um leito não vai ter”, alertou Gilberto.
Visivelmente triste com as medidas de flexibilização, Gilberto comentou que espera que os gestores tenham um pouco mais de sensibilidade e, se for preciso, que todos busques medidas que ajudem a tirar o povo das ruas.
“A questão de abrir ou não o comércio é de total responsabilidade do prefeito. Espero que hoje, com a reunião entre os membros da Comissão de Saúde, o governador Mauro Mendes (DEM) traga uma proposta aos prefeitos para que eles nos ajudem, porque se vier a faltar UTI, não teremos o que fazer, não vai dar pra ficar transferindo paciente se não tiver leito. O certo é que se continuar desse jeito, com o povo na rua, teremos mais problemas daqui pra frente”, disse.
Sobre o estudo da UFMT que garante que em setembro o estado terá mais de 300 mil infectados, Gilberto disse que respeita os dados, mas em outro momento já disseram que até maio mais de 40 mil iriam morrer, porém estamos em junho e pouco de 120 óbitos foram contabilizados.
“Não vou ficar fazendo crítica a previsão de outros órgãos. Quantas previsões já foram feitas? No início disseram que teríamos 40 mil mortes em maio. O que eu posso assegurar é que os números estão crescendo. Em pouco mais de 15 dias dobramos os números. A previsão é que haja crescimento substancial e por isso é preciso tomar medidas duras. Não haverá leito suficiente de UTI para atender a todos. Não adianta enganar a população. Vai faltar leito sim. Estamos fazendo tudo que é possível para não deixar isso acontecer, mas estamos com uma situação muito difícil com os dados crescendo”, disse o secretário.