A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou a soltura do principal suspeito de matar Josiel dos Reis Bispo, de 34 anos em setembro do ano passado em uma mata em Novo Paraná (km-25) em Porto dos Gaúchos.
A vÃtima foi morta com golpes de facão na cabeça. Fábio Junior que tem 25 anos, foi preso logo após o homicÃdio. A defesa ingressou com pedido de soltura alegando que a prisão preventiva decretada pela Justiça de Porto dos Gaúchos “não possui fundamentação idônea†e está “lastreada em argumento genérico da gravidade do delitoâ€. Destacou ainda aos desembargadores que o suspeito é réu primário, mora na região, possui ocupação lÃcita e possui uma filha de dois anos de idade que necessita dele para seu sustento, argumentando também que o acusado não oferece “qualquer risco para aplicação da lei penal ou insegurança à instrução criminalâ€.
O desembargador Rui Ramos Ribeiro, relator do recurso, lembrou, que “não se pode olvidar que o conceito de ordem pública abrange também o acautelamento social decorrente da repercussão negativa e do estado de intranquilidade efetivamente causado com a prática do delito, mormente em razão do modus operandi empregado pelo paciente, que, embora alegue legÃtima defesa, passou a desferir inúmeros golpes de facão, na cabeça da vÃtima, que já se encontrava caÃdaâ€.
Ele ressaltou que “não há que se falar em afronta ao princÃpio constitucional da não-culpabilidade ou da presunção de inocência, porquanto a decretação da prisão antes do trânsito em julgado da decisão condenatória não fere e nem afronta esses citados princÃpios constitucionais. Tampouco a prisão preventiva, ou provisória, é incompatÃvel com essas citadas garantias constitucionais, desde que, sabidamente, presentes estejam quaisquer das hipóteses previstas em lei para sua decretação, como é, aliás, o caso dos presentes autosâ€.
O voto de Rui Ramos foi seguido, por unanimidade, pelos desembargadores da Segunda Câmara Criminal. O recurso foi julgado ainda antes do recesso do Judiciário. A próxima audiência de instrução e julgamento da ação penal será realizada em Porto dos Gaúchos, no dia 6 de fevereiro as 13hs.
Conforme relatos de policiais militares, o réu teria declarado que, para se defender da agressão de Josiel, teria num primeiro momento desferido um disparo de arma de fogo, espingarda calibre 28. Segundo esta versão, após a vÃtima cair, o suspeito teria pegado um facão e desferido golpes na cabeça dela, quase a “decepando†do corpo.
O réu responde ação penal por homicÃdio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vÃtima. Ainda foi denunciado por ocultação de cadáver e porte de arma de fogo. Josiel foi sepultado em Nova Paraná, que é distrito de Porto dos Gaúchos.