A partir da primeira semana de maio, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), câmpus de Sinop, irá realizar testes para detecção do novo coronavirus em pacientes de 15 munícipios da região norte do Estado. A equipe técnica que atuará diretamente nos diagnósticos é formada por oito professoras da UFMT, duas médicas veterinárias do Hospital Veterinário (HOVET) e uma servidora administrativa da Universidade.
Com a adaptação do laboratório da Instituição, estima-se que será possível realizar entre 15 e 30 amostras por dia.
Atualmente está sendo investido um local no câmpus exclusivo para os testes de detecção do novo coronavírus. A Universidade tem parte dos equipamentos necessários para a realização técnica, porém, já que nunca foi trabalhado com amostras altamente infecciosas que demandam um nível de biossegurança maior para serem manipuladas, é preciso realizar uma adaptação do laboratório.
Para isso, foi feita uma parceria com a Usina Hidrelétrica de Sinop, o Rotary Club e o Laboratório Central de Mato Grosso (LACEN-MT), com o intuito de adquirir os demais equipamentos e materiais de proteção, além de possibilitar a identificação precoce da doença.
“Para efetuar o diagnóstico é necessários ferramentas específicas para realizar a técnica de RT-PCR, que é de biologia molecular, ou seja, vamos detectar o vírus em amostras biológicas. Alguns dos equipamentos necessários a UFMT já possui, mas precisamos também de uma cabine de segurança biológica NB2 tipo A2, que garante a segurança da equipe, porque é feita a manipulação de um material muito infeccioso, e materiais de consumo para realizar a técnica. Desta forma, a parceria foi importante na aquisição dos materiais que faltavam para adaptar o laboratório”, explica a coordenadora do projeto, professora Gisele Facholi Bomfim.
De acordo com a docente, a técnica RT-PCR detecta a presença do RNA do vírus, e geralmente diagnóstica a infecção no início, assim o resultado pode ser positivo do terceiro ao oitavo dia de infecção, após iniciar os sintomas. “Estamos vivendo uma pandemia de fácil contágio, em que há milhares de casos e de mortes no Brasil. Diante disso, a importância do diagnóstico é fundamental para o conhecimento do caso clínico dos pacientes e para a tomada de medidas de contingenciamento e proteção da população. O investimento que está sendo feito pode ser considerado baixo, já que a UFMT tem parte dos equipamentos necessários para os testes, o espaço físico e os recursos humanos especializados, cedidos pela Instituição”, afirma.
A coleta dos materiais clínicos de pessoas suspeitas de infecção não será feita na UFMT. A equipe técnica irá receber o material coletado para diagnóstico, que será encaminhado a partir da Secretaria de Saúde. É estimado que o início dos diagnósticos ocorra dentro da primeira quinzena de maio, com capacidade para realizar quinze testes por dia, podendo dobrar este número de acordo com a necessidade da região e da disponibilidade dos materiais de consumo presentes no laboratório.