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13 fatos que quase passaram despercebidos por causa da crise na Amazônia

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Nos últimos dias, o noticiário brasileiro foi tomado pela crise na Amazônia, afetada por crescentes focos de incêndio associados ao desmatamento.

Enquanto o País e o mundo discutiam como apagar o fogo que toma a região de floresta, uma série de eventos nacionais e internacionais ocorreu, e alguns passaram quase que despercebidos. Selecionamos 13 fatos que talvez você ainda não tenha visto.

1. Agropecuária e mineração em terras indígenas
Em meio à crise ambiental, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que libera atividades agropecuárias e mineração em terras indígenas. O texto da bancada ruralista, analisado no dia 27 de agosto, é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. Indígenas protestaram, com argumento de que não precisam de PEC para produzir.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contudo, afirmou que pode segurar a próxima etapa da tramitação. “Se for algo que sinalize com alguma polêmica, com algum encaminhamento que gere mais narrativas negativas para o Brasil, é claro que ela vai ficar aprovada apenas na CCJ”, disse na segunda-feira (26).

2. Julgamento justo e pedido de desculpa a Lula
No dia 23, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que é preciso “reconhecer que devemos ao [ex-presidente] Lula um julgamento justo”. Ele fez a declaração ao comentar o processo de suspeição do ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. Segundo ele, é possível anular a condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá, caso confirmada a falta de imparcialidade de Moro.

Ainda sobre o ex-presidente, a procuradora Jerusa Viecili, integrante da força-tarefa Lava Jato, pediu desculpa a Lula, no dia 28, por ter, junto com outros procuradores, ironizado e tratado com tom conspiratórios a morte de Maria Letícia e o luto do petista com o falecimento do irmão e neto.

3. Sentença de Moro anulada
Sérgio Moro foi notícia ainda pela anulação da condenação de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras. É o primeiro caso em que uma sentença do ex-juiz sofre revés. O argumento foi técnico; três ministros da 2ª Turma do STF entenderam que Moro não deveria ter aberto prazo simultâneo para Bendine e delatores apresentarem as alegações finais. Para os magistrados, deveria ter sido aberto primeiro prazo para os delatores e depois para os advogados de Bendine poderem defender o acusado. Apenas no entendimento de Edson Fachin, a decisão de Moro foi válida.

4. Crise na Polícia Federal
Moro, já como ministro da Justiça, também foi personagem na crise da Polícia Federal. Isso porque Bolsonaro deflagrou um conflito no órgão ao anunciar que trocaria o superintendente da corporação no Rio, Ricardo Saadi, dizer que era ele quem mandava na PF e ameaçar trocar o comando geral. Moro, então, defendeu o diretor-geral, Maurício Valeixo. Disse, no dia 27, que Valeixo “tem feito um trabalho extraordinário”. Nesta quarta (28), o G1 afirmou que Saadi será enviado para o exterior.

5. Reforma da Previdência avança no Senado
O relator da reforma da Previdência na CCJ do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), apresentou na quarta (28) o novo texto com mudanças pontuais na nova aposentadoria. O tucano anunciou uma proposta paralela com a inclusão de estados e municípios. Segundo ele, a nova versão traz economia de R$ 1,360 trilhão em dez anos. O texto aprovado na Câmara contabiliza economia de R$ 930 bilhões.

6. Novo texto do projeto de armas
O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) apresentou um novo relatório ao projeto que amplia os casos em que é permitido o porte de armas (direito de andar com o objeto) e consolida direitos dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Entre as novidades estão uma brecha para que pessoas condenadas em ações criminais tenham acesso a armas e outra para que os caçadores não precisem cumprir regras ambientais. O projeto não foi discutido nas comissões da Casa, como é de praxe, e está pronto para ser votado pelo plenário — última etapa da tramitação na Câmara.

7. Fundão eleitoral
No dia 27, em meio à possibilidade de enorme desgate político, o deputado Cacá Leão (PP-BA) anunciou a desistência de engordar o fundo eleitoral destinado às campanhas de 2020 em R$ 2 bilhões. Em 2018, o fundo foi de R$ 1,7 bilhão. A previsão de Leão era aumentá-lo para R$ 3,7 bilhões. O parlamentar recuou, mas há articulação na Casa para um “plano B” que pode aumentar a quantidade de recursos destinados ao fundo.

8. Boris Johnson e a suspensão do Parlamento britânico
Na política britânica, a quarta (28) foi agitada com a decisão do premier Boris Johnson de pedir à rainha Elizabeth 2ª a suspensão das atividades do Parlamento por cinco semanas, a partir de 10 de setembro. A intenção dele é acelerar o Brexit. Assim parlamentares não terão tempo para bloquear a saída, sem acordo, do Reino Unido da União Europeia. A decisão, acolhida pela rainha, gerou protesto.

9. Alta do dólar
O mercado brasileiro viu nos últimos dias o dólar atingir o valor mais alto em 11 meses: foi a R$ 4,19 na terça (27). Para conter a alta na cotação, o Banco Central interveio, com a venda de dólares. Não faltam motivos para a instabilidade na economia. Atingem o setor tanto as políticas do governo brasileiro quanto a desaceleração mundial.

Exerce influência principalmente a briga entre os Estados Unidos e a China. A crise entre os dois países se acirrou depois que o governo chinês anunciou aumento das tarifas sobre os produtos americanos. Em retaliação, os EUA anunciaram novas tarifas sobre os produtos chineses.

10. Sem bolsa, estudante
A partir de setembro, se o Ministério de Ciência e Tecnologia não liberar nenhum recurso, cerca de 80 mil bolsas de estudo serão suspensas. Essas são as bolsas mantidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ( CNPq ). A informação foi confirmada pela agência de pesquisa, a principal do País, ao jornal O Globo.

11. O retorno do sarampo
O Estado de São Paulo teve a primeira morte de sarampo confirmada neste século. Um homem de 42 anos que não tinha sido vacinado foi vítima da doença. Os últimos casos de morte em decorrência de sarampo foram registrados em 1997 — quando 23 pessoas morreram. Há suspeita de um caso em Pernambuco, segundo o Ministério da Saúde. A ocorrência do sarampo voltou a ser registrada no Brasil ano passado. Para conter o surto da doença, o ministério tem reforçado a recomendação de vacina.

12. Masp feminista
O Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo) abriu no dia 23 duas exposições paralelas, Histórias das mulheres e Histórias feministas, com intenção de resgatar e difundir o trabalho de artistas mulheres, além de pensar sobre possíveis desdobramentos do feminismo no âmbito das artes. As mostras que revelam e questionam a construção de narrativas na história pelo ângulo da desigualdade de gênero estão abertas até 17 de novembro.

13. Filme brasileiro no Oscar
O filme A Vida Invisível, do cearense Karim Aïnouz, é o representante do Brasil no Oscar 2020. A obra era junto com Bacurau (de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles), uma das favoritas à vaga para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional (novo nome da categoria antes conhecida como Melhor Filme Estrangeiro). O filme de Aïnouz foi vencedor do Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes em 2019.

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