No dia em que o Brasil completou um ano do registro do primeiro caso de contaminação pela covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disparou, mais uma vez, contra as medidas sanitárias de distanciamento social parcial e completa (lockdowns) promovidas por prefeitos e governadores para conter a disseminação do novo coronavírus.
“Aos políticos do executivo que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. O povo não consegue mais ficar em casa. O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão do que o povo quer. Vá para o meio do povo mesmo depois das eleições”, afirmou o presidente, durante evento para retomada de obras em rodovias federais na cidade de Tianguá, região da Serra da Ibiapaba, no Ceará.
Acompanhado de ministros e deputados federais, Bolsonaro, como de costume, promoveu aglomeração, não usou máscaras e reuniu crianças ao seu redor.
O país contabiliza, até esta quinta-feira (25), 10.324.463 casos de covid-19. Já são mais de 249 mil mortos. Foram computadas 1.428 óbitos em 24 horas, de quarta para quinta-feira, o segundo maior registro de mortes deste ano.
O governador do estado, Camilo Santana (PT), adversário político do presidente, não esteve no evento. À imprensa local, criticou a presença do chefe do Executivo nacional em um momento que o Ceará registra mais de 11 mil mortes pela pandemia.
Durante a assinatura das ordens de serviço, Bolsonaro rebateu as críticas de seus opositores, repetindo que é “imbrochável”. “Não me vão fazer desistir, porque afinal de contas eu sou imbrochável! Tenho certeza que deixarei o Brasil melhor do que eu recebi em 2019, mesmo com a pandemia.”
As obras
Depois de discursar, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, assinou a autorização para ordens de serviço de retomada de três obras no Estado: a travessia urbana na cidade, na BR-222, paralisada desde 2011; os novos traçados nos municípios nas variantes (acessos) de Umirim e Frios, interrompidos em 2016; e a conclusão do viaduto que liga a cidade de Horizonte à região metropolitana de Fortaleza – obra estava sem continuidade desde 2018.
O investimento é de R$ 88 milhões.
“Não tem preço estar no meio de vocês. Quis o destino que o Flamengo fosse campeão [do Campeonato Brasileiro, nesta quinta, 25]. Hoje também eu sou Flamengo. A nossa história e nossa alma estão ligadas ao futebol. Realmente venceu e foi campeão o melhor. No Brasil, a política é no mesmo caminho”, disse Bolsonaro.
Também participaram da cerimônia o ministro o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ônix Lorenzoni; o diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Antonio Leite dos Santos Filho; o titular da pasta do Turismo, Gilson Machado Neto; o prefeito de Tianguá, Luiz Menezes de Lima (PSD), além de parlamentares.
O Ceará foi o terceiro destino do presidente nesta semana. Na quarta-feira, visitou Rio Branco (Acre) e, na quinta, Foz do Iguaçú (PR).