“Mato Grosso está no buraco!â€. É com esta frase que o governador Mauro Mendes resume a atual condição financeira do estado. No maior celeiro do Brasil, que se orgulha por ser o maior produtor de grãos e de carne bovina do paÃs, o tamanho do rombo nos caixas assusta. Pelas contas do chefe do executivo, a dÃvida com fornecedores gira em torno de R$ 4 bilhões.
Independentemente dos caminhos que levaram a situação chegar a tal ponto, as energias agora estão concentradas em como solucionar este problema e evitar que ele volte a acontecer. E é aà que o setor produtivo entra em cena. O novo gestor não quer abrir mão dos recursos provenientes do Fethab 2 (também conhecido como Fethab Regional), extinto no último dia 31 de dezembro. A contribuição (incidente sobre as venda de soja, algodão e gado) garantia algo em torno de R$ 450 a R$ 500 milhões por ano aos cofres estaduais. Vale lembrar que o “Fethab 1†(criado em março de 2000 e incidente sobre soja, algodão, gado, madeira e óleo diesel), gera anualmente entre R$ 800 a R$ 900 milhões.
Descontente com o destino dado nos últimos anos aos recursos do Fethab (que – em tese – deveriam ser usados em obras de infraestrutura e habitação, mas já foi utilizado para cobrir gastos com obras da Copa do Mundo e pagamento de folha salarial), o setor produtivo reagiu à tentativa de retomada a cobrança do fundo adicional recentemente extinto (Fethab 2).
Nesta terça-feira, dia 8, lideranças das entidades que representam os produtores no estado se reuniram com Mauro Mendes e sua equipe econômica. Em pauta, as ações do governo para tentar tapar o rombo dos cofres públicos e – é claro – o futuro proposto para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação.
Em entrevista ao Blog, Mendes confirmou o interesse – e a necessidade – de reformular o atual modelo do Fethab, unificando-o com o extinto “Fethab 2â€. O governador adiantou ainda que o projeto proposto garante a destinação de 35% do valor total arrecadado para investimentos em infraestrutura. Pelas contas do executivo, isso equivaleria a algo em torno de R$ 500 milhões por ano, que seriam depositados em conta exclusiva da Secretaria Estadual de Infraestrutura. O restante, entretanto, poderia ser usado em quaisquer ações – independentemente se relacionadas ou não à agropecuária. Neste momento, segundo Mauro Mendes, a prioridade é resolver as pendências nas áreas da educação e segurança, que hoje apresentam os maiores déficits.