O juiz Jorge Tadeu, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, condenou o ex-deputado estadual e federal Eliene Lima a oito anos de prisão em regime inicial semiaberto pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A decisão, do dia 7 de agosto, é proveniente da Operação Arca de Noé, que investigou esquema de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Eliene foi beneficiado com um pagamento de R$ 60 mil. O esquema contava ainda com a participação da Confiança Factoring, ligada ao bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
O ex-parlamentar foi denunciado em 2010 no Supremo Tribunal Federal (STF) em ação do Ministério Público Federal. Após perder o foro por prerrogativa de função, o caso “desceu†para Mato Grosso.
Segundo o MPF, o modus operandi utilizado para o desvio do dinheiro da Assembleia Legislativa em benefÃcio dos deputados estaduais ocorria da seguinte maneira: José Riva, então presidente da Casa e Humberto Melo Bosaipo, ordenador de despesas, emitiam cheques nominais a empresas prestadoras de serviços inexistentes ou que não tivessem executado o serviço. Tais cheques eram trocados na Confiança Factoring, que repassava os valores aos deputados indicados por Riva e Bosaipo.
A ação contou com a quebra do sigilo bancário do acusado. Relatórios confirmaram o desvio. José Riva e Bosaipo emitiram em  dezembro de 2000 um cheque do Banco do Brasil, de titularidade da Assembleia Legislativa, no valor de R$ 77 mil, nominal à empresa A. A. J. R. Borges – Gráficas, que foi endossado e depositado, no mesmo dia, diretamente na conta bancária cujo titular era a empresa Confiança Factoring.
Após receber o cheque, a Confiança Factoring repassou o valor de R$ 60 mil ao acusado por meio de um novo cheque, que foi descontado na “boca do caixaâ€, contendo no verso a assinatura Eliene Lima.
“Conclusivamente, temos que restou devidamente comprovado que o acusado Eliene José de Lima aderiu de forma consciente e voluntária à empreitada criminosa idealizada por José Geraldo Riva e Humberto Melo Bosaipo, praticando o delito de Peculato, bem como, o delito de Lavagem de dinheiroâ€, decidiu Jorge Tadeu.
Além de condenado a prisão, Eliene Lima  terá que devolver R$ 77 mil. O ex-deputado tem o direito de recorrer em liberdade.