O ex-ministro da Justiça Sergio Moro mostrou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, uma troca de mensagens no aplicativo WhatsApp com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na qual é pressionado a trocar o diretor-geral da Polícia Federal.
Na conversa, o presidente mandou link de reportagem a Moro, informando que a PF estaria “na cola de 12 ou 10 deputados bolsonaristas”.
Bolsonaro escreve: “Mais um motivo para a troca”.
Moro então responde que o então diretor, Maurício Valeixo, não pediu a investigação e que o inquérito é conduzido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
O âncora e editor do programa, William Bonner, afirmou que o jornal pediu ao ex-ministro que mostrasse provas do que havia falado mais cedo e foi atendido.
Moro fez acusações ao presidente Bolsonaro na manhã desta sexta-feira (24/04) em pronunciamento no Ministério da Justiça. Ele afirmou que o presidente fez pressão política pela troca no comando da Polícia Federal e que pedia informações sobre investigações em andamento.
Em resposta, Bolsonaro disse, também em pronunciamento à imprensa nesta sexta, que Moro concordou com a troca na PF desde que ganhasse uma indicação sua para o Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro deste ano.
Sobre essa acusação, Moro mostrou ao JN troca de mensagens com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) para, segundo ele, provar que não fez nenhuma exigência.
No bate-papo, a parlamentar pede insistentemente para que o ministro aceite a troca que Bolsonaro queria impor na PF e que depois vá para o Supremo. “Eu me comprometo a ajudar, fazer JB [Jair Bolsonaro] prometer”.
Moro, então, responde a Zambelli: “Não estou à venda”.