“Foram episódios no mínimo lamentáveis. Eu respeito o nosso presidente, ele chegou a presidência da República com uma característica muito própria de fazer afrontamentos e críticas à classe política e a muitas instituições, mas não dá para governar um País dessa forma. Nós precisamos dialogar, unir, somar forças e competências. Nosso verdadeiro inimigo é o coronavírus e as consequências das paralisações. Não podemos ficar criando desnecessariamente atritos e acho que o presidente em alguns momentos extrapola um pouco. Mas não vou criticá-lo porque ele é nosso presidente, eu sou governador e preciso manter com ele uma relação Constitucional”, disse Mauro Mendes, em entrevista ao programa Opinião, da TV Pantanal.
A carta assinada por Mendes e mais 19 governadores foi divulgada no dia 19 de abril, após a participação de Bolsonaro em protesto na porta do quartel do Exército em Brasília, que pedia o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF), além da reedição do AI-5.
A carta era uma defesa da democracia e em apoio aos presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Além do governador Mauro Mendes, assinam a carta os governadores: Renan Filho (AL), Waldez Góes (AP), Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Renato Casagrande (ES), Ronaldo Caiado (GO), Flávio Dino (MA), Reinaldo Azambuja (MS), Helder Barbalho (PA), João Azevêdo (PB), Paulo Câmara (PE), Wellington Dias (PI), Wilson Witzel (RJ), Fátima Bezerra (RN), Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), João Dória (SP), Belivaldo Chagas (SE) e Mauro Carlesse (TO).
“Eu vi muitas pessoas fazendo crítica com relação a eu ter assinado essa carta, mas para umas dez pessoas que eu perguntei se tinham lido a carta, a maioria não tinha lido. Esse é o mal da humanidade hoje em dia, as pessoas estão muito superficiais, elas não leem a matéria, leem só o titulo e a partir dali formam sua opinião. As pessoas recebem no WhatsApp um postzinho que fala qualquer coisa e já formam opinião. Nós precisamos que as pessoas se aprofundem, que pensem. A carta era uma defesa da democracia, das instituições brasileiras, que naquele momento apoiava uma pessoa [Maia] que tinha acabado de aprovar uma lei para ajudar os estados brasileiros. Ele aprovou a lei, o presidente fez uma crítica severa, exagerada e aí eu não faço nada? Se o cara faz um movimento para ajudar Mato Grosso, eu não apoio o que ele faz? Eu assinei sim, não quero criar polêmica com o presidente, mas a minha crítica vale para ele e para qualquer cidadão desse País: é hora de trabalhar mais e falar menos”, pontuou o governador.