A contestação das famílias de vítimas da Covid-19 com relação ao atestado de óbito tem crescido em Mato Grosso. Diante disso, o secretário de Saúde Gilberto Figueiredo comentou que toda causa morte é feita pelo laudo médico e outros ainda aguardam resultado de exame feito no sangue do paciente.
Porém, segundo o secretário, a maior reclamação existe por conta da não possibilidade de poder velar os entes queridos, conforme determinação do Ministério da Saúde.
“Infelizmente quando uma pessoa morre de Covid-19 ela não pode ser velada. O caixão é lacrado e o enterro é super rápido. Talvez seja por conta disso que surge diversas reclamações sobre mortes, que possivelmente não foram acometidas pelo coronavírus”, explicou o secretário.
Uma das reclamações é da família de um motorista que morreu em Rondonópolis. Familiares da vítima, que tinha 35 anos e morreu no domingo (24), contestam a causa do óbito e relatam o resultado de um exame que havia dado negativo para a Covid-19.
No entanto, a Secretaria de Saúde de Rondonópolis (a 216 quilômetros de Cuiabá), município onde a vítima estava internada, esclareceu que o paciente pode testar negativo em um exame e dias depois positivo, em função da janela imunológica.
O secretário explicou que apesar do teste rápido, o que vale é o teste feito pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). “Para o Lacen o que vale é o exame PCR, e as vezes até depois do próprio sepultamento sai esse resultado. A maioria sugere que não seja Covid. A partir do momento que o médico coloca Covid, nao terá velório, caixão lacrado, todo aquele sepultamento normal que já conhecemos, acaba. Com isso os familiares reclamam e existe uma resistencia em aceitar. Outro detlhe é o sepultamento. Se a pessoa é de uma cidade, mas estava em tratamento em outro, a cidade que ela morreu ela será enterrada. É um protocolo não nosso, mas do Ministério da Saúde, para evitar a disseminação”, comentou o secretário.
Casos
O número de casos confirmados da Covid-19 chegou a 1.594 e o de mortes subiu para 42 em Mato Grosso, segundo o levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Estado, realizado até a tarde desta segunda-feira (25).
As duas últimas mortes envolveram residentes das cidades de Várzea Grande e Pontes e Lacerda, conforme a pasta. 130 casos foram registrados nas últimas 24h.