O aumento no número de casos de infecções pelo novo coronavírus fez com que muitos Estados reativassem ou estendessem o prazo de funcionamento de hospitais de campanha. As estruturas foram responsáveis por atender parte dos pacientes com covid-19 no 1º semestre.
O Brasil se aproxima da marca de 200 mil mortes causadas pela doença. O país registrava 197.732 mortes por covid-19 até as 17h30 dessa 3ª feira (5.jan.2021), de acordo com o Ministério da Saúde. São 1.171 vítimas a mais que o registrado no dia anterior.
É a 4ª vez que o Brasil ultrapassa as 1.000 mortes diárias desde 29 de dezembro. Também foram contabilizados mais 56.648 casos em 24 horas, totalizando 7.810.400 infectados.
Segundo levantou o Estado de S. Paulo, hospitais de campanhas foram reativados em Fortaleza, Teresina e Belém. Na capital do Pará, o atendimento é destinado a apenas casos leves e moderados.
Com oferta mais limitadas de leitos, cidades do interior dos Estados de São Paulo e Minas Gerais também estão recorrendo às unidades para conseguir atender todos os pacientes.
São Paulo é o Estado com mais mortes por covid-19. Foram, em média, 147 nos últimos 7 dias, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na 3ª feira (5.jan.2021). O Estado acumula 1.486.551 casos de contaminação pelo novo coronavírus.
Em Osasco, na Grande São Paulo, o hospital de campanha fechou em setembro e foi reaberto em dezembro. Tem capacidade para 70 camas e 57% delas estavam ocupadas no início da semana. O local pode ser ampliado para chegar a 300 leitos.
As cidades de Bauru e Araraquara, ambas no interior paulista, renovaram os contratos para que os hospitais de campanha continuem abertos.
Toninho Colucci (PL), prefeito de Ilhabela (litoral norte de São Paulo), liberou um prédio municipal para a instalação de 20 leitos. A ideia é transformar o local em um hospital definitivo. A cidade foi o destino de muitos turistas no fim do ano, o que pode elevar a transmissão do vírus.
O risco de aumento de casos depois das festas de Natal e Ano Novo foi o argumento de Verdi Lúcio Melo (Avante), prefeito de Varginha (MG), para estender os contratos e manter as unidades de atendimento abertas.
“Pedimos a prorrogação ao governo federal, que participa da gestão da estrutura com o envio de recursos. A situação estava controlada, mas em dezembro deu uma piorada e achamos melhor manter o funcionamento até ao menos fevereiro”, disse ao Estadão. “Você dá uma volta na cidade e de cada 10, 3 usam a proteção”.
Em Mariana (MG), a unidade de campanha só começou a ser usada em dezembro, quando os hospitais da cidade e da vizinha Ouro Preto ficaram com 100% das vagas em UTI (unidade de terapia intensiva) ocupadas.
O governo de Pernambuco estuda a reativação do hospital de campanha de Petrolina, que conta com 102 leitos de terapia intensiva. O Estado tem 80% das vagas em UTIs e 66% dos leitos em enfermaria ocupados.
O Hospital da Cassems, da rede privada de Campo Grande (MS), está remontando a estrutura externa destinada a pacientes com covid-19.