O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou na manhã desta segunda-feira, 10, que “não tem orientação nenhuma†nas mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil. “Eu não vi nada de mais nas mensagensâ€, disse o ex-juiz federal. Os diálogos no aplicativo Telegram foram obtidos, segundo o site, por um hacker que compartilhou o material de forma anônima.
“Não vi nada de mais nas mensagens. O que houve foi uma invasão criminosa de celulares de procuradores, para mim isso é um fato bastante grave ter havido essa invasão e essa divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito a minha pessoa, eu não vi nada demaisâ€, afirmou o ministro em Manaus, após um evento na capital amazonense.
As supostas mensagens mostram que Moro teria orientado ações do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. O interlocutor nas conversas é o procurador Deltan Dallganol, coordenador da força-tarefa que apresentou a denúncia que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As mensagens também mostram que o então juiz chegou a queixar-se de recursos que poderiam atrasar a execução de pena de um acusado e fez sugestões no cronograma de fases da operação.
“Não tem nenhuma orientação ali. Eu nem posso dizer que as mensagens são autênticas porque são coisas que aconteceram, se aconteceram, há anos atrás. Eu não tenho mais essas mensagens e não guardo registro dissoâ€, disse o ministro. “O juiz conversa com procurador, o juiz conversa com advogado, o juiz conversa com policiais. Isso é algo normalâ€.
Questionado mais uma vez sobre as supostas mensagens, Moro afirmou que estava lá para tratar sobre a questão do Amazonas. “Eu já falei aqui que eu só vou responder questões sobre Manaus e sobre Amazonas. O fato grave é a invasão criminosa dos celulares dos procuradores. Ali está tendo muito sensacionalismo sobre essas supostas mensagensâ€, concluiu o ministro. Em seguida, ele se retirou da coletiva.