A associação Mato-Grossense de Engenheiros Florestais (AMEF) divulgou nesta terça-feira (19), uma nota de repúdio por conta da ação da PolÃcia Civil durante a operação “Terra a Vistaâ€, que cumpriu 128 mandados de prisão e 12 buscas e apreensão a suspeitos de participarem de uma fraude ambiental que ultrapassa R$ 150 milhões.
De acordo com Benedito Carlos de Almeida, presidente da entidade, a associação não compactua com ilegalidade em nenhum sentido, porém, repudia veementemente a conduta da polÃcia, que segundo ele, foi abusiva, e os profissionais foram conduzidos de forma truculenta para prestarem esclarecimentos no último dia 13 de março.
Na nota diz, que enquanto não ficar comprovada e efetiva participação do profissional no suposto crime, não se deve tomar conclusões precipitadas, cabendo à Justiça apurar primeiramente os fatos, antes de denegrir a imagem do Profissional e trata-lo como bandido.
A PolÃcia Civil informou que durante a operação, os alvos eram representantes legais e operacionais, engenheiros florestais e ex-servidores da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
A polÃcia esclareceu que trabalho de apuração começou no ano de 2014, com o auxÃlio de uma auditoria realizada pela própria Sema, que descobriu um esquema de fraude no sistema na criação de créditos florestais, beneficiando diversas empresas do ramo madeireiro e terceiros (com inserção de dados falsos no sistema).
Já o presidente da AMEF, alega que pelo fato das investigações terem se iniciado em 204, teria tempo suficiente para chegar aos verdadeiros envolvidos na fraude, e não agir como agiram.
“Essa operação apurou supostos crimes ambientais ocorridos em 2014, autoridades tiveram tempo suficiente ente para usar de todo aparato técnico e tecnológico disponÃvel e assim identificar os verdadeiros envolvidos. Por isso tamanha indignação e perplexidade pela forma humilhante a qual os profissionais foram submetidosâ€, diz parte da nota.
O presidente ainda esclarece que os profissionais foram tratados de forma vexatória, humilhante, abusiva e desnecessária a condução dos suspeitos em viaturas engradeados. Ainda deixa explÃcito na nota que os engenheiros conduzidos foram soltos no mesmo dia, o que aumenta a indignação da ação da polÃcia por parte da AMEF.
Para finalizar, Benedito escreve na nota que espera que esses episódios se repitam no Estado de Mato Grosso, e vai reagir com firmeza para cessar as formas arbitrárias e a violação das prerrogativas exercidas contra os engenheiros florestais.
A operação intitulada “Terra a Vistaâ€, é oriunda de inquérito policial conduzido pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), com o objetivo de investigar uma organização criminosa que atuava na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), fraudando o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora).
As investigações contaram com apoio da Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nos procedimentos de análise e auditório, além do auxÃlio no trabalho com a vistoria de mais de 70 mil m³ relacionados a empreendimentos alvos do inquérito.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, expedidos pela JuÃza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, são cumpridos em vários municÃpios do Estado de Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Apiacás, ParanaÃta, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Itaúba, Matupá, Marcelândia, Claúdia, Santa Carmem, Ipiranga do Norte , Feliz Natal, Sorriso, Sinop, Juara, Aripuanã, Porto dos Gaúchos, Castanheira, Arenápolis.
O cumprimento dos mandados de prisão e apreensão foram realizados por policias civis da Diretoria de Atividades Policiais, Diretoria do Interior, Diretoria Metropolitana, Diretoria de Inteligência.