“Depois de avaliar os dados referentes aos efeitos secundários adversos, a sua casualidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo concluímos que a relação benefício-risco se mantém favorável e que, por isso, o estudo poderá ser retomado”, justificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, a Anvisa ressalva que “continuará a acompanhar todos os efeitos secundários adversos ocorridos durante os testes e, no caso de ser identificado qualquer situação grave com os voluntários brasileiros, tomará as medidas pertinentes para garantir a segurança dos participantes.
No sábado, o laboratório AstraZeneca, responsável por estes testes, tinha anunciado a retomada dos ensaios clínicos que se estão ocorrendo em laboratórios no Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e África do Sul, que tinham sido interrompidos depois de um voluntário ter sofrido uma reação adversa.
Esta é uma das muitas vacinas que estão sendo criadas em todo o mundo, “em grande velocidade”, para tentar conter a pandemia provocada pelo novo coronavirus, que já causou mais de 28 milhões de infecções e de 900 mil mortos.
A vacina britânica é considerada como uma das mais promissoras.
Esta semana, depois da suspensão dos ensaios clínicos, a Anvisa declarou que no Brasil não existem relatos de voluntários com efeitos secundários adversos graves e referiu que estava em contato com o laboratório para ter acesso à totalidade das informações.
Por seu turno, o Ministério da Saúde sublinhou que a prioridade é a segurança de todos os voluntários envolvidos nos testes, que “tem por base o standard internacional das Boas Práticas Clínicas”.
A AstraZeneca iniciou os testes da fase 3 da potencial vacina contra a covid-19 no Brasil no final de junho, segundo explicou a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das responsáveis por estes ensaios.
“No Brasil o estudo envolverá cinco mil voluntários e avança como o esperado. Muitos já receberam a segunda dose e até ao momento não houve registro de efeitos graves na saúde”, indicou.