O juiz Rafael Depra Panichella da comarca de Tabaporã (90-km de Porto dos Gaúchos) negou o pedido da defesa para substituir a prisão preventiva de Raquel Araújo Dias, acusada de matar e jogar o corpo do próprio filho, uma bebê de sete meses, em um poço, no município de Tabaporã em dezembro do ano passado.
A mulher e o marido, presos pelo mesmo crime, passaram em audiência de custodia na semana passada no fórum, onde a defesa alegou que ela é portadora de Hanseníase e HIV, para formular o pedido de liberdade provisória que foi negado pelo juiz.
O marido dela, Tiago Silva Lacerda preso pelo mesmo crime, também teve o pedido de soltura negado pelo magistrado.
O juiz reiterou que a mulher que se encontra presa em presidio feminino em Cuiabá está recebendo tratamento na unidade.
“Desse modo, evidente que a denunciada vem recebendo tratamento médico na unidade prisional, já tendo iniciado o tratamento adequado, não sendo evidenciado nos autos que a segregação cautelar vem obstando a garantia à saúde e integridade física da denunciada, pelo contrário”.
A gravidade do crime cometido pelo casal também foi citada pelo magistrado na decisão ao negar o pedido, como fundamentação para justificar a prisão.
O juiz lembrou que o crime gerou grande comoção na comunidade local, além da repercussão em âmbito nacional.
Relembre o crime
As investigações em buscas do corpo da bebê iniciaram no dia 8 de janeiro, após denúncia ao Conselho Tutelar do município. Segundo testemunhas, no dia 27 de dezembro, o casal foi visto nas proximidades do rio Sereno com um carrinho de bebê. Logo em seguida, o casal foi visto sozinho sem a criança e sem o carrinho, pedindo carona, e desde então não foram mais vistos na cidade.
Posteriormente, uma testemunha que teve contato com o pai da criança relatou que ele disse que teve que sair às pressas da cidade e pediu para que fosse colocado fogo nas coisas da bebê. Durante as diligências, o carrinho da criança foi localizado dentro do córrego onde o casal havia sido visto.
Após investigação e depoimento de várias testemunhas, a Polícia Civil de Tabaporã e do Corpo de Bombeiros de Sinop localizaram partes do corpo no fundo de um poço, nos arredores da cidade. Devido ao tempo e às condições do local, o corpo já estava em decomposição.
Os denunciados se evadiram de Tabaporã, e foram localizados e presos no estado de Goiás.
O casal que confessou o crime, responde por homicídio qualificado, maus tratos, destruição e ocultação de cadáver da criança.
03/08/2020