Somente de janeiro a maio deste ano, 4,9 toneladas de drogas foram apreendidas em Mato Grosso. O maior volume foi no municÃpio de Pontes e Lacerda, região de fronteira com a BolÃvia, com 1,9 tonelada. Os dados são oriundos de apreensões realizadas pelas PolÃcias Civil (PJC-MT), Militar (PM-MT) e pelo Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron). Nesta quarta-feira (26.06), é celebrado o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico de Drogas.
Apesar de ser um dos corredores de cocaÃna do paÃs, a atuação das forças de segurança mato-grossenses é a principal arma de combate ao narcotráfico. Contudo, Mato Grosso cobra uma atuação mais forte do Governo Federal nos 983 km de fronteira no Estado. Os meios de ingressar com a droga são aéreo, terrestre e até mesmo o transporte dentro do corpo.
O Governo de Mato Grosso tem atacado o problema com a criação de um núcleo de inteligência integrado na Delegacia de Fronteira (Defron), em Cáceres, instalação de câmeras OCR nas principais vias de transporte na região e pelos postos do Gefron na região.
O tráfico de drogas é um dos principais motivos para as prisões em Mato Grosso. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Victor Hugo Bruzulato, muitas pessoas cometem o crime pela vontade de ter dinheiro fácil.
“Na busca pelo lucro sem trabalho, as pessoas entram para o crime cada vez mais cedo. A polÃcia tem feito seu trabalho para a repressão, mas a reincidência no tráfico é muito grande. Hoje os autores deste delito não são apenas homens, mas é perceptÃvel um incremento de mulheres grávidas e com filho pequeno, além de adolescentes. As pessoas entram para o mundo do crime e não têm noção da pena que terão que cumprirâ€, destaca.
No comando do Gefron, o tenente-coronel PM José Nildo de Oliveira, já viu de tudo. Droga transportada no estômago, nas partes Ãntimas, de crianças a idosos, não há um suspeito apenas, qualquer pessoa está sujeita a ser arregimentada para ser uma “mulaâ€, termo empregado a quem transporta a droga no corpo. A mesma lógica serve para veÃculos. A droga busca ser camuflada em qualquer ponto, seja nas rodas, dentro dos bancos, teto, painel, o que exige muita atenção, habilidade e experiência dos policiais que atuam na região de fronteira.
“A cada abordagem o nosso policial tem que se atentar a tudo, pois cada vez mais há tentativas de burlar as fiscalizações. Temos atuado diuturnamente e empregado o máximo de esforço para apreender drogas e identificar os autores do tráfico de drogasâ€, ressalta.
Depois de apreendidas pelas forças de segurança estaduais ou federais são incineradas em fornalhas de empresas privadas. Policiais civis, federais, militares, peritos criminais e a imprensa geralmente acompanham o ato de queima dos entorpecentes.