Home Agronegócio Executivo do grupo VMX diz que acordo entre Mercosul e União Europeia pode beneficiar agronegócio brasileiro

Executivo do grupo VMX diz que acordo entre Mercosul e União Europeia pode beneficiar agronegócio brasileiro

10 min ler
0

Carlos Cesar Floriano, CEO da VMX Agropecuária, confia na abertura de mercado

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, com isenção de taxas em mais de 90% dos produtos, gerou otimismo para as entidades e empresários do agronegócio brasileiro. Inclusive, o empresariado do setor também aguarda as oportunidades que podem surgir com o passar dos anos.

Segundo Carlos Cesar Floriano, CEO da VMX Agropecuária, a expectativa é a melhor possível. “O mercado europeu é imenso e seguro para novos negócios e, com isso, teremos muitas oportunidades para inserir nossos produtos, que são competitivos”, afirma.

Recentemente a VMX anunciou investimentos de R$ 18 milhões na construção de uma usina de Biodiesel para produção de 10 milhões de litros por ano em Porto dos Gaúchos, Mato Grosso. Atualmente, o farelo de soja produzido pela VMX é 100% comercializado para ração animal. A decisão de implantar a unidade de transformação de Biodiesel tem como objetivo agregar mais valor ao processo utilizando o óleo de soja, seu principal coproduto e seguro como matéria-prima. “A produção de biocombustível é uma extraordinária alternativa ao diesel de petróleo pelas vantagens ambientais, o biodiesel é um combustível menos poluente, além de ser uma fonte renovável. No Brasil, cerca de 70% da operação de biodiesel é produzido com soja e o mercado europeu pode ser promissor para os nossos negócios”, acrescenta Carlos Cesar Floriano.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgou estatísticas sobre os ganhos potenciais para a agropecuária brasileira, que exporta 18% da produção para a União Europeia. Segundo a confederação, o acordo simplifica operações comerciais e reduz ou elimina restrições ao comércio, aumenta a competitividade por meio do acesso facilitado a tecnologias e a insumos europeus que permitam a produção de bens de maior valor agregado e abre as portas para outros acordos comerciais.

A CNA destacou que a União Europeia vai liberalizar 99% das importações agrícolas do Mercosul. Ao todo, 81,7% dos produtos agropecuários terão tarifas de importação reduzidas ou eliminadas. Suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões, entre outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais terão as tarifas zeradas.

Outro benefício do acordo, ressaltou a CNA, foi a eliminação de barreiras não tarifárias, com normas claras para protocolos sanitários, fitossanitários e normas técnicas, buscando evitar medidas injustificadas a arbitrárias e garantindo mais previsibilidade e transparência pela redução de inspeções físicas e harmonização de procedimentos aduaneiros.

A CNA, no entanto, ressaltou que o acordo não terá efeito imediato porque a União Europeia terá cerca de dez anos para reduzir tarifas, e porque o acordo precisa ser ratificado pelos parlamentos de cada um dos países do Mercosul e cada um dos países da União Europeia. Em alguns países, como a Bélgica, o acordo terá de ser votado pelos parlamentos das regiões flamenga e francesa.

Indústria

Em nota, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) informou que o acordo pode aumentar em US$ 9,9 bilhões (23,6%) as exportações do Brasil para a União Europeia em dez anos, com potencial de criar 778,4 mil empregos. Os dois blocos, destacou o comunicado, formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas.

Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens industrializados.

“Esse acordo pode representar o passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes economias do comércio internacional. Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo em que abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem começar a se adaptar a essa nova realidade”, escreveu o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota oficial.

A CNI ressaltou em nota que o acordo reduzirá, de 17% para zero, as tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados, por exemplo. Outros manufaturados, como têxteis, químicos, autopeças, produtos madeireiros e aeronáuticos, se tornarão mais competitivos, segundo a entidade. De acordo com a confederação, dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de importação ou quotas.

Quando o acordo estiver totalmente implementado, informou a CNI, os produtos brasileiros terão acesso preferencial a 25% do comércio mundial com isenção ou redução do imposto de importação. Atualmente, os produtos brasileiros só têm isenção ou tarifas baixas em 8% dos mercados internacionais. A indústria também será beneficiada indiretamente pelo aumento esperado das exportações agropecuárias. Isso porque, conforme a CNI, o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão exportado.

 

 

 

Carregue mais postagens relacionados
Carregue mais por Porto Notícias
Carregue mais em Agronegócio
Comentários estão fechados.

Verifique também

Mulher procura pelo irmão João Ferreira Azevedo que segundo informações pode morar em Porto dos Gaúchos

Eva Ferreira Azevedo que mora em Cuiabá, entrou em contato com a redação pedindo ajuda par…