Uma análise apontou que a nascente do rio Paraguai, em Mato Grosso, foi contaminada por agrotóxico. O estudo, feito em 2017, consta em ações do Ministério Público Estadual (MPE). O caso chama a atenção, após a mortandade dos peixes na nascente do rio Paraguai, em Alto Paraguai (a 219 km de Cuiabá), no último domingo (17).
A principal suspeita é de que as recentes mortes dos peixes no, local – considerado Ãrea de Proteção Ambiental (APA) – tenham sido causadas por contaminação da água, supostamente em razão de agrotóxico jogados no rio.
Os moradores da região de Alto Paraguai – municÃpio que suspendeu abastecimento de água em razão da suposta contaminação da água – relatam que viram, no último domingo, inúmeros peixes mortos descendo o rio.
O rio Paraguai é uma das bacias do Pantanal, um dos principais do Estado. Ele passa por diversos municÃpios do Estado, entre eles Cáceres, e também atravessa territórios fora do Brasil, como Paraguai, Argentina e BolÃvia.
Há dois anos, conforme o MPE, as nascentes do Rio Paraguai foram alvos de análises do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast) do Instituto de Saúde Coletiva – ISC da UFMT. Os levantamentos apontaram que as águas haviam sido contaminadas por agrotóxicos.
“Na ocasião, foram detectados princÃpios ativos de substâncias para os quais não há limites de segurança previstos no Brasil, tanto para água potável quanto para água superficial, como o Clomazone, Imidacloprido, Propoxur e Tiametoxamâ€, informou o Ministério Público Estadual.
O MPE não divulgou sobre a origem dos agrotóxicos que foram jogados no rio. A principal suspeita é de que sejam oriundos de produções rurais da região.
Os estudos que apontaram os danos ambientais ao rio foram anexados pela Segunda Promotoria de Justiça de Diamantino aos autos de ações civis públicas que, segundo o MPE, já foram propostas, e também em recursos apresentados pela instituição à Justiça. Atualmente, há 19 processos sobre o assunto na Primeira Vara CÃvel de Diamantino.
Em relação às recentes mortes de peixes em Alto Paraguai, o MPE informou que foi ao local para coletar amostras da água, para verificar as causas do dano ambiental. Após as análises, a entidade avaliará as medidas que tomará em relação ao caso