Um macaco macho da espécie Bugio foi salvo por pescadores em um barco no Rio Teles Pires, divisa entre Mato Grosso e Pará, no domingo (21). O animal tentava atravessar o rio, mas acabou sendo levado pela força da correnteza. A situação ocorreu entre os municÃpios de Apiacás e ParanaÃta, a 1.005 km e 849 km de Cuiabá.
Um vÃdeo gravado por um turista mostra o animal, já sem forças, tentando nadar até a margem do rio e, logo depois, a tentativa dos pescadores em ajudar o animal na travessia.
O guia de pesca, José Alves de Souza, contou ao G1 que vários barcos passaram pelo macaco, mas ninguém fez nada.
“De longe vimos um animal tentando atravessar o rio, mas a água já estava o levando. Ele tentava nadar, mas perdia a força e afundava. Fiquei preocupado, com medo de ele morrer, então resolvi salvá-loâ€, relatou.
José disse que aproximou o barco do animal e a primeira tentativa foi tentar jogar um remo para ele escalar, mas não deu certo e eles acabaram perdendo o remo.
“Ele estava vindo para cima de mim, então soltei o remo e resolvi jogar o colete para puxá-loâ€, contou.
Com a segunda tentativa, foi possÃvel salvar o animal. Os pescadores jogaram um colete salva-vidas e o macaco o segurou. Ele foi puxado até o barco, onde subiu e foi levado até as margens do rio.
“Como eu estava indo na direção que ele também estava tentando ir, o deixei no barco até chegar na outra margem. Ele se comportou bem, pois já estava cansado. Fiquei feliz por ter dado tudo certoâ€, ressaltou.
O operador de turismo de pesca, Carlos Eduardo Borella Chignalia, que também estava no barco no momento do resgate, disse que a intenção era ajudar o animal.
“Essas coisas não são comuns de acontecer com o macho. Sabemos que o macaco é um animal muito agressivo, esse foi o nosso medo, mas nossa intenção era apenas ajudá-lo. Não iriamos permitir que um animal silvestre morresse daquele formaâ€, disse.
O biólogo Tony Schuring afirmou que a espécie é pacÃfica e anda em bando. O animal perdido, segundo ele, pode ser sido expulso do grupo após uma briga.
“O animal se sentiu acolhido e não demonstrou que poderia atacar. Ele é um primata de comportamento pacÃfico e vive em bandos. Os bichos dessa espécie disputam as fêmeas e só o macaco alfa acasala e brigam entre si para isso. Quando não são mortos, eles acabam sendo expulsos”, contou o biólogo.