Um total de 2.022 professores se licenciaram para tratamento de saúde no ano passado e, destes, 667 estavam com depressão e pânico, segundo dados da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag).
Apesar de alto, o Ãndice houve redução de 17,5% das licenças, se comparado com 2017.
Transtornos mentais e comportamentais, como depressão, ansiedade e sÃndrome do pânico, são os que mais afetam os professores da educação básica, que representa 33% dos laudos.
No caso dessas patologias, o número de casos aumentou de 2015 para 2018. Em 2015, 29,8% se referiam a transtornos dessa natureza.
Os dados fazem parte do relatório de AbsenteÃsmo por Doença Professores (2015-2018), levantado pela Coordenadoria de PerÃcia Médica da Secretaria de Planejamento e Gestão de Mato Grosso (Seplag).
Esses dados se referem aos registros de Licença para Tratamento de Saúde (LTS) no Sistema Estadual de Administração de Pessoal (Seap). Constam licenças de mais de três dias, englobando todas as doenças.
No âmbito do ensino superior, o percentual de professores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) afastados para tratamento de saúde caiu de 10,3%, em 2015 para 7,9%, em 2018.
Entretanto, com relação aos transtornos mentais e de comportamento, segundo os dados, os professores do ensino superior são os que mais sofrem com esses dois tipos de doença. O percentual de docentes licenciados para tratamento subiu de 30,8% dos casos, em 2015, para 35,2%, em 2018.
Não passam pela perÃcia médica os servidores com licença de até 3 dias. Dessa forma, não são contabilizados no relatório.
De acordo com a psicóloga Fabiana Barbosa, uma das razões do estresse excessivo e das sÃndromes comuns entre professores, por exemplo, é o fato de precisar lidar com pessoas diferentes, com muitas particularidades.
A diretora de uma escola de pública de Cuiabá, que pediu para não se identificada informou que na unidade onde ela trabalha, três professores estiveram de licença para tratamento de saúde, em especial, para tratar transtornos mentais.
Ela explicou ainda que alguns profissionais foram reabsorvidos no organograma, na modalidade “desvio de função”.
A diretora afirmou ainda que, a maior parte dos profissionais acometidos por essas doenças, são muito envolvidos com trabalho, professores que buscam inovar na metodologia de ensino e que, muitas vezes, são “vencidos” pelo celular, pela falta de atenção do aluno. Enfim, fatores que acabam desmotivando a diminuindo a autoestima do profissional.