O governador Mauro Mendes (DEM) fez um apelo, nesta quarta-feira (29), para que a Petrobras deixe de fazer aumentos sucessivos no preço do combustível no Brasil. Segundo ele, a estatal está “comendo o coro dos brasileiros”.
Somente para a gasolina, a Petrobrás já subiu o preço nove vezes esse ano, o que representou um acumulado de 51% no preço do combustível em 2021. Para o diesel, a estatal anunciou um aumento de 8,9% na terça-feira (28).
“Ouvi dizer que o diesel vai aumentar quase 9%. Onde vamos parar com isso? Petrobras, pelo amor de Deus, para de aumentar os preços. Você está tirando o escalpo, comendo o couro dos brasileiros que pagam isso”, disse o governador em entrevista a Rádio CBN Cuiabá.
“A inflação está aí: o preço do diesel vai para o frete, que vai para o produto e ninguém aguenta mais a inflação nesse País”, completou.
A declaração de Mendes foi dada após ele ser questionado se o corte no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina e diesel anunciado ontem (28) refletirá no bolso do contribuinte.
O governador fez duras críticas à estatal, e apontou que é necessária uma mudança da política de preços praticada pela empresa. Caso isso não ocorra, a redução de impostos não será sentida na ponta.
“Está na hora da Petrobrás dar a contribuição dela e parar de aumentar esses preços, porque senão eu posso reduzir os impostos aqui [que não trará reflexos]. Porque o imposto, em Mato Grosso, a alíquota é a mesma há mais de 10 anos”, apontou.
“É lamentável, e é possível que isso aconteça [cidadão não sentir a redução de impostos] se a Petrobras não parar de fazer esses aumentos que ela têm feito”, emendou.
Nos últimos meses, a estatal do petróleo adotou a política de repassar imediatamente para o consumidor as oscilações de preços no mercado internacional.
Redução de impostos
O governador anunciou, na terça-feira, um pacote de medidas de redução de impostos apontado por ele como o “maior do Brasil”.
Atualmente, o ICMS cobrado sobre o diesel é de 17% e sobre a gasolina, 25%. Com a redução, os impostos cairão para 16% sobre o diesel e 23% sobre a gasolina.
Na energia elétrica, quem consome a partir de 250 kWh, paga em ICMS alíquota que varia de 25% a 27%. Após a redução, a alíquota cobrada será de 17%.
Na Comunicação, a redução irá resultar em contas de celular, telefone fixo e internet mais baratas. Atualmente, a alíquota do ICMS cobrado no Estado sobre a telefonia fixa é de 25% e sobre celular e internet, 30%.
Sobre o gás industrial, a alíquota cobrada passará de 17% para 12%.
A medida ainda precisa ser aprovada pela Assembleia e só entrará em vigor em 2022. Ao todo, o Estado abrirá mão de receber R$ 1,2 bilhão em arrecadação.
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