Diante da possibilidade de enfrentar a primeira greve da Educação em seu Governo, Mauro Mendes (DEM) pediu que o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) reflita sobre a posição do Estado no ranking nacional que avalia o desempenho entre as demais unidades federativas, versus o valor pago aos profissionais da área em Mato Grosso. Segundo o governador, os dados são incompatÃveis.
Em reunião com os secretários de Planejamento e Gestão, BasÃlio Bezerra, e de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, representantes do Sintep cobraram o cumprimento da lei 510 de 2013, que realinha em 7,69%, anualmente, o salário dos profissionais da educação básica de Mato Grosso. O encontro terminou sem um acordo e a categoria anunciou um indicativo de greve geral, por tempo indeterminado, a partir do dia 20 de maio.
“Eu já disse algumas vezes que se greve resolver o problema de Mato Grosso vamos todos fazer greve. O governador faz greve, o jornalista faz greve, o empresário faz greve, o servidor faz greve. Greve não resolve. Mato Grosso hoje tem dificuldade em pagar seus salários, porque os salários aumentaram muito no Estado. O Sintep tem todo o direito de fazer porque é livre o direito de greve, mas os profissionais da educação de Mato Grosso já têm o terceiro melhor salário do Brasil e nós temos a 21ª pior educação do Brasil, então é o momento de refletir um pouco sobre isso. Nós precisamos melhorar a educação sim, mas não é só melhorando salário que nós vamos melhorar a educaçãoâ€, rebateu o governador.
Em nota, o Sintep reclamou da ausência de propostas por parte do Governo e disse que, na reunião, os secretários tentaram justificar um possÃvel calote no cumprimento da lei 510 no mês da data base, fixado em maio de cada ano.
Conforme o sindicato, caso o Executivo não formalize uma respostas às demandas apresentadas aos secretários a categoria estará em Assembleia Geral, com indicativo de greve, na próxima segunda-feira (20).
“O argumento de crise não convence, falta prioridade nos investimentos. O cumprimento do repasse da Lei 510/2013 para 2019 deve estar assegurado no salário de maio, caso contrário os profissionais não aceitarão ser penalizadosâ€, diz trechos da nota.
Questionado sobre as ações do Governo para evitar que cortes semelhantes ao promovido pelo Ministério da Educação (MEC) sejam praticados em Mato Grosso, o governador alertou para uma eventual piora na economia do Estado. E assim como tem feito o Governo Federal, condicionou a aplicação de polÃticas públicas à aprovação da Reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional.
“Não adianta espernear, não adianta fazer protesto, o que nós temos que fazer é trabalhar. Trabalhar com seriedade e aprovar as reformas. Eu espero que o Legislativo aprove a Reforma da Previdência. Se o Estado brasileiro continuar gastando mal, gastando muito, cada vez mais nós vamos avançar no bolso do cidadão e tomar dinheiro das empresas. Então nós temos que fazer com que o Estado seja mais eficiente, que ele pare de gastar naquilo que não produz resultado para efetivamente ele possa devolver serviços melhores para a populaçãoâ€, pontuou.