A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou nesta 3ª feira (11.ago.2020) que não recomendará a vacina russa contra a covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, sem analisar os resultados dos testes clínicos. A informação é do diretor-assistente da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Jarbas Barbosa da Silva Jr.
“Uma vacina só pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo depois que realizar os ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3 e comprovar sua segurança e sua eficácia”, afirmou. O país não divulgou os dados e outras informações técnicas relativas à imunização. Para a organização, os ensaios ainda estão na 1ª fase. Também não houve testes em massa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na manhã desta 3ª (11.ago) a aprovação da que seria a 1ª vacina contra o coronavírus no mundo. No entanto, os testes em humanos só duraram 2 meses. Com o aval, pode ser fabricada e aplicada em massa. A expectativa é que a vacinação tenha início em outubro.
“Acho que, em termos de desenvolvimento agora, eles [russos] estão 1 pouco atrasados em relação às vacinas que temos”, afirmou o ex-chefe da FDA (Food and Drug Administration), órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, Scott Gottlieb. “Não gostaria de tomar e, certamente, não tomaria fora de 1 ensaio clínico”, continuou o médico.
Entre as vacinas mais avançadas no mundo estão a da Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a AstraZeneca (que tem parceria com o Ministério da Saúde); a da biofarmacêutica Sinovac Biotech (com a qual o Instituto Butantan firmou acordo) e a da empresa Moderna.
Todas estão na 3ª fase de testes e têm apresentado bons resultados. A vacina precisa se provar segura e eficaz antes de ser aprovada e distribuída, na 4ª etapa. Segundo a OMS, 25 imunizações já se encontram em testes clínicos e outras 139, em pesquisas laboratoriais.