Em janeiro, Belo Horizonte ficou marcada pela “doença misteriosaâ€, que depois foi explicada pela intoxicação exógena por dietilenoglicol, causadora da sÃndrome nefroneural. Agora, a capital mineira também protagoniza o achado do “vÃrus misteriosoâ€, encontrado por dois pesquisadores, um brasileiro e outro francês, na Lagoa da Pampulha.
O vÃrus ameboide foi denominado como YaravÃrus, em homenagem ao mito da Iara, personagem marcante do folclore brasileiro. Segundo artigo escrito pelos cientistas Bernard La Scola e Jonatas Abrahão, o YaravÃrus tem mais de 90% dos genes previstos ainda desconhecidos, ou seja, nunca foram descritos antes.
De acordo com o estudo, o vÃrus pode ser a primeira Acanthamoeba spp. isolada fora do grupo dos vÃrus nucleocitoplasmáticos de DNA grande (NCLDV). Trata-se de um protozoário normalmente encontrado em lagos, piscinas e água de torneira.
Ainda segundo a pesquisa, o YaravÃrus não é representado por uma partÃcula enorme e um genoma (informação genética) complexo. Contudo, o grande número de genes ainda misteriosos chama atenção dos cientistas, que alertam para a importância de se estudar mais sobre os vÃrus.
Além disso, os seis tipos de RNA (ácido ribonucleico), isto é, o material genético do vÃrus, não bate com os códigos comumente encontrados na ciência. O ser vivo abriga 26 proteÃnas virais e, segundo os cientistas, “expande o nosso conhecimento da diversidade dos DNA’s dos vÃrusâ€.
Um dos responsáveis pelo estudo, o cientista Jonatas Abrahão, é vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).