Home Polícia PMs podem ter executado 5 para ganhar promoções e notoriedade para Rotam

PMs podem ter executado 5 para ganhar promoções e notoriedade para Rotam

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Um dos inquéritos do Ministério Público Estadual (MPE) aponta que 5 homens mortos em 30 de outubro de 2019, na Estrada no Manso, teriam sido executados por PMs enquanto estavam deitados no chão, com as mãos na cabeça. As mortes, segundo a apuração, foram combinadas após um roubo na casa do irmão de um coronel da corporação. Os mortos foram identificados como Lucas Matheus Campos Arce, 21 anos; Vanderson da Conceição Ferreira, 33 anos; Francisco Junior de Carvalho, 32 anos; Kelvin Dias Nascimento, 23 anos, e Bryan Christian Rodrigues Pinheiro, 19 anos.

As investigações, que tiveram como ponto de partida o depoimento de um delator, apontam que  supostamente se tratou de mais uma ação previamente acertada por militares alvos da Operação Simulacrum e que a intenção era de matar os suspeitos que foram atraídos para uma  situação fictícia. Na época, o que foi narrado pelos PMs foi que por volta das 19h26, na MT-351, km 22,  em Cuiabá, os suspeitos teriam atirado contra as viaturas, iniciando um confronto com os policiais, que apenas revidaram os disparos.

print assalto chao

Entretanto, exames de necropsia, de confronto balístico e demais provas indiciárias, segudo MPE, apontam que as versões dos PMs não corroboram com  os laudos periciais.

Consta no inquérito que um delator da Operação Simulacrum alega que combinou com um rapaz que trabalhava com instalação de cerca elétrica para realizar um assalto a uma suposta chácara na Estrada do Manso, onde havia dinheiro e joias. Em seguida, o aliciado cooptou outros comparsas para a realização do suposto roubo.

No dia da ação, o delator entregou ao aliciado um telefone que havia sido repassado pelo Sd. Jonathan, que faz parte do serviço de inteligência da Rotam. Feito isso, o delator teria avisado o PM  que havia conseguido cooptar as vítimas para o roubo forjado e combinou  o horário e local de saída para o deslocamento até a chácara na região do Manso.

O delator afirmou que a todo momento estava em contato telefônico com os integrantes  da inteligência da Rotam, especialmente com o soldado Jonathan. Afirma ainda que estava conduzindo um veículo VW/FOX, vermelho  e no trajeto da emboscada,  avistou as viaturas da Rotam no ponto combinado, perto de um parque aquático .

Além disso, o delatou diz que presenciou as vítimas sendo abordadas pelos PMs, todos deitados no chão, rendidas, e então deixou o local, permanecendo dentro de uma  viatura VW/Gol descaracterizada, de cor prata.  Mais quatro viaturas caracterizadas estavam no local.

No depoimento, o colaborador é categórico ao afirmar que tantos os policiais da inteligência quanto os policiais operacionais tinham plena ciência de como funcionaria o plano: atrair as vítimas para a prática de um suposto crime patrimonial quando, na verdade, o objetivo era executá-las.

“Confessou ainda que o celular da vítima Lucas Matheus Arce estava com a sua ex-esposa Kássia porque o referido aparelho lhe foi dado como parte do pagamento feito pelo Sd. Jonathan, pelo êxito do plano”, diz trecho.

Reprodução

Inquérito Operação Simulacrum

O documento aponta ainda que, os policiais Jonathan, Heron, Sd Papa e um outro não identificado participaram de toda a ação e do confronto simulado, oportunidade em que utilizavam o veículo VW Gol, G5, cor prata.

“Os representados forjavam tais ocorrências para obter elogios em suas fichas funcionais, conseguindo, assim, promoção na instituição. Ademais, essas ocorrências valorizavam os batalhões, bem como ganhavam notoriedade na mídia”, diz o documento.

Operação Simulacrum

Conforme Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE), o grupo de militares é investigado pela morte de 24 pessoas, com evidentes características de execução, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro vítimas, sobreviventes.

Bárbara Sá/RD News

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