Preocupação. Este é o discurso dos senadores de Mato Grosso em relação à crise que provocou a saída de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, do governo Jair Bolsonaro (sem partido). O senador Jayme Campos (DEM) não descarta um possível exame de sanidade mental do presidente.
“O presidente causa muita insegurança. Acho que é até motivo para um exame de sanidade mental dele. Toda hora procurando crise”, disse o senador ao GD
Para o democrata, a saída de Moro prejudica o trabalho desenvolvido no Ministério da Justiça no combate à corrupção. “Ele era o cartão de visita do governo”, complementa.
Jayme também considera grave a denúncia feita por Moro de que Bolsonaro vinha tentanto ter o controle da Polícia Federal para ter conhecimento de supostas investigações.
“Me causou perplexidade é a fala do ministro Moro que é muito grave. Bolsonaro quer interferir dentro da Polícia Federal . A PF é uma instituição de Estado e não de governo. Tem que ter autonomia para apurar qualquer inquérito”, analiso
Para Jayme Campos a saída de Moro deverá contribuir para a crise econômica do país, neste momento de pandemia. “O dólar está quase R$ 6. Onde isso vai parar?”, questiona.
O senador Carlos Fávaro (PSD) também lamentou a saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça. O socialdemocrata lembrou que Moro fez um “belíssimo trabalho no combate à corrupção”.
“Espero que as denúncias feitas pelo ministro durante a coletiva não se confirmem para que não haja retrocessos em nossa democracia. Temos que manter uma Polícia Federal independente e sólida no combate à violência e aos crimes de corrupção. É isso que nossa sociedade espera dos governantes”, disse por meio de nota
Já o senador Wellington Fagundes (PL) evitou comentar as denúncias feitas por Sérgio Moro. Porém, se disse preocupado com a saída por ter conseguido trabalhar com Moro na questão do orçamento para a Justiça e Defesa.
“Nós trabalhamos juntos combate ao crime organizado na região de fronteira, com o uso da Força Nacional de Segurança e melhor aparelhamento da Policia Federal, Rodoviária Federal, além de um trabalho de integração com as polícias Civil, militar , Corpo de Bombeiros e Politec. Trata-se, portanto, de uma grande perda para nosso Estado”, afirmou .
Fagundes espera que o novo ministro indicado por Bolsonaro mantenga as políticas desenvolvidas por Moro.
Sérgio Moro anunciou a sua saída do governo nesta sexta-feira (24) após o presidente Jair Bolsonaro ter demitido o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.