Vereadores de diversas regiões do estado de Mato Grosso estiveram nesta terça-feira (23), na sede da UCMMAT – União das Câmaras Municipais de Mato Grosso, onde participaram da “Marcha dos Vereadores contra a classificação de áreas úmidas em defesa dos municípios”. Os parlamentares debateram sobre o projeto de Zoneamento Socioambiental e Ecológico sobre as áreas alagadas produtivas em todo território mato-grossense, no evento os parlamentares assinaram uma Carta Aberta direcionada aos deputados estaduais, bancada federal e governador Mauro Mendes.
Além dos parlamentares, o evento contou com a presença do engenheiro florestal, especialista em licenciamento ambiental, Gideon Danni da Rosa que proferiu a palestra sobre o assunto, além do suplente de senador, José Lacerda (MDB) e dos prefeitos de Vila Bela da Santíssima Trindade, Dr. André Bringsken, Nova Xavantina, João Bang e representantes do Sindicato Rural de São Félix do Araguaia.
O presidente da UCMMAT, vereador Edcley Coelho ressaltou que este é o papel da UCMMAT, “fazer esta ponte entre o Poder Legislativo e os demais poderes, debatendo e buscando soluções. Como entidade representativa dos vereadores do estado vamos enviar esta Carta Aberta aos deputados estaduais, bancada federal e ao governador Mauro Mendes para que seja discutida esta situação e assim chegar a um denominador comum, que principalmente, não prejudique o desenvolvimento dos nossos municípios”, disse.
O engenheiro Gideon da Rosa parabenizou a entidade pela iniciativa, “um momento importante para fazer esse diálogo com os vereadores, fazer a distinção e assim esclarecer o tema, para que possam em seus municípios discutir com propriedade sobre o zoneamento”, salientou Gideon.
Se aprovado, o município de Canarana perderia 88 mil hectares, Ribeirão Cascalheira tem risco de perder 446 mil hectares, Água Boa seriam 36 mil hectares, Nova Nazaré são 111 mil hectares e Cocalinho pode vir a perder 1,6 milhão de hectares de sua área.
No Vale do Guaporé, especificamente no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, o prefeito Dr. André Bringsken salientou que a perda seria irreparável, “1,4 milhões de hectares aproximadamente, é fechar as portas e entregar para alguma ONG administrar, esse zoneamento vem se alongando por muitos anos e a força dele é maior que lei ou decreto”, salientou o prefeito.
O suplente de senador, José Lacerda salientou que deveriam ter feito um estudo minucioso sobre os impactos que o zoneamento trará aos municípios. “Fica claro em algumas análises pontuais feitas, algumas obras de infraestruturas no estado não vão poder acontecer, porque o zoneamento vai impedir, analiticamente não foi feito um estudo socioeconômico do estado de Mato Grosso num conjunto, e isto gera um impacto negativo, eu sugiro que cada município faça um estudo com base neste zoneamento, qual o impacto que seu município vai ter, positivo e negativo, o negativo é preciso ser contestado”, disse Lacerda.
João Bang, prefeito de Nova Xavantina parabenizou a iniciativa da UCMMAT e disse que “o vereador é a maior força política do estado e esta luta fica mais forte com a participação do legislativo”.
O vereador pelo município de São José do Xingu, Pedro Condão parabenizou o presidente da UCMMAT, vereador Edcley pela audiência e reforçou que a entidade é para fazer esse tipo de diálogo, “de tomar partido de temas relevantes, defender nosso povo, nossos municípios, essas audiências fortalece o legislativo municipal”, disse Condão.
O Zoneamento é uma tarefa que os estados brasileiros terão que fazer. No entanto, a sociedade defende que seja construída uma legislação compatível com a realidade de cada município e região.