Durante os exercícios físicos, uma pessoa com a respiração ofegante consegue expelir partículas de saliva em até 10 metros, aumentando as chances de contágio pelo novo coronavírus. É o que dizem Jamal Suleiman e Jean Gorinchteyn, infectologistas do Hospital Emílio Ribas. Segundo os especialistas, não há garantias de proteção para quem optar por malhar nas academias, agora inseridas na lista de serviços essenciais.
“A doença tem transmissão por contato com gotículas de saliva e os chamados aerossóis, que são partículas mais leves que ficam suspensas no ar”, explica Suleiman. “Em movimento, uma pessoa consegue empurrar essas partículas em uma distância muito superior a dois metros, distanciamento mínimo para evitar a propagação do vírus.”
Os infectologistas se baseiam no estudo aerodinâmico publicado pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda.
De acordo com as pesquisas, as distâncias mínimas para se manter em movimento são:
– Entre 4 a 5 metros da pessoa que está à frente durante caminhada.
– Pelo menos 10 metros de distância de quem está à sua frente durante uma corrida.
Ainda segundo o estudo, as mesmas partículas podem atingir até 20 metros durante pedaladas, impulsionada pela velocidade da bicicleta.
Riscos do ar-condicionado
Em ambientes fechados e de intensa atividade, os estabelecimentos costumam contar com a instalação do ar-condicionado. No entanto, de acordo com Suleiman, isso também não garante que o ar no ambiente seja renovado.
“A circulação de ar pelo ar-condicionado não funciona da mesma maneira que em ambientes hospitalares, onde o ar é purificado pelo filtro Hepa.”
Hepa é sigla em inglês para High Efficiency Particulate Air, dispositivo que utiliza separação de partículas para interceptar microorganismos no ar.