O Secretário Estadual de Agricultura Familiar, Silvano Amaral, negou nesta terça-feira (8) com veemência as afirmações atribuÃdas ao ex-deputado estadual José Riva em uma suposta colaboração premiada, ao qual o HNT/ teve acesso. De acordo com ele, Riva que cumpre prisão em semiaberto, estaria manobrando para esconder transações fraudulentas.
Riva afirma que durante os 20 anos que esteve na Assembleia, intercalando entre presidente e primeiro-secretário, foram pagos quase R$ 40 milhões de propina aos deputados, referente ás eleições da Mesa Diretora.
“Ele fumou maconha estragada e cheirou cocaÃna vencida para dizer essas coisa, sem o menor cabimento. O Riva disse isso para disfarçar o rombo que ele deixou na Assembleia, onde ele roubou muitoâ€, disparou Silvano Amaral.
Silvano é citado como beneficiário de propina, referente à eleição da Mesa Diretora, no ano de 2015. Ele teria recebido como pagamento para votar na composição que se candidatava a comandar o Parlamento.
“Nessa época, José Riva não era mais deputado e, apenas teve conhecimento de que na eleição da Mesa Diretora (2015/2017) houve uma negociação com os deputados estaduais envolvendo dinheiro, e até imóveis entregues a dois deputados em troca de votos, sendo que alguns valores ainda se encontram em abertoâ€, diz trecho da delação.
Um desses deputados seria Silvano Amaral e o outro, o ex-deputado Wancley Carvalho.
Outro trecho do documento, diz que: “O deputado Silvano recebeu um apartamento no EdifÃcio Campo D´Ourique no bairro Santa Rosa, Cuiabá/MT. Esse apartamento estava registrado em nome de Isabelle Carvalho (filha do empresário Mauro Carvalho), que é atualmente secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.
“É assim mesmo, os caras usam o nome da gente. Meu nome já foi usado uma vez na delação do Silval [Barbosa, ex-governador]  e essa é mais uma. Esse lugar que ele falou aÃ, dizendo que o apartamento era do Mauro Carvalho, que me deram um apartamento. Nada a ver. Eu nem sabia que o Mauro Carvalho tinha um apartamento lá. Fiquei sabendo disso depois que eu já mudei de lá e eu nem conheço a filha deleâ€, disse Amaral à reportagem, onde acrescentou que “lá era contrato de aluguel. Nunca aconteceu isso. Nem moro lá hoje e tenho todos os recibos desse contratoâ€.
Na proposta de delação, Riva revela que chegou a ser pago, com dinheiro desviado da Assembleia Legislativa, até R$ 10 milhões, como no caso da eleição da Mesa para o biênio 2013/2015, por exemplo.
No começo da “era Rivaâ€, conforme o próprio ex-deputado, o “custo†de uma eleição de Mesa era de R$ 2 milhões. Ocorre que, nessa época, em 2013, foi deflagrada a Operação Ararath, da qual o ex-deputado foi alvo e, por conta disso, os rumores de que Riva seria preso eram muito fortes.
“O colaborador pode assegurar que essa foi a eleição para Mesa Diretora que mais utilizou recursos escusos – foram gastos cerca de R$10 milhões – uma vez que os deputados exigiram maior propina para eleger o colaborador, que estava com sua imagem desgastada pela possibilidade de afastamento por decisão judicial”, atesta um trecho do documento.