O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PL), afirma que o momento atual exige solidariedade e saiu em defesa dos professores interinos que não tiveram os contratos renovados. Ele e está orientando os prefeitos a não demitir os profissionais dos municípios
A medida de Fraga é oposta à tomada pelo governador Mauro Mendes (DEM), que por enquanto não renovou os contratos dos professores contratados de 2019. Ao total, são mais de 6 mil profissionais afetados com a medida.
As lideranças políticas, na sua opinião, têm que ter mais sensibilidade e um entendimento melhor do que o mundo todo está vivenciando neste momento, antes de tomar as decisões e medidas que geram insegurança e mais sofrimento para as pessoas.
“Neste período em que as aulas estão suspensas, o momento é de solidariedade com os professores. Por outro lado, o Governo Federal está sinalizando os recursos para suprir as áreas essenciais, não somente a saúde, mas também a educação. Vale destacar que muito pouco dos recursos anunciados pelo Governo Federal, chegaram ás prefeituras” disse ele.
Fraga avalia que os municípios estão na linha de frente no combate à disseminação do coronavírus, e a preservação da saúde das pessoas é prioridade. “É uma questão humanitária no momento em que a pandemia estabeleceu também uma crise econômica financeira. As demissões vão criar mais dificuldade para estas pessoas e as suas famílias, pois não vão encontrar outro emprego agora, lembrando que sair de casa para procurar emprego estarão colocando em risco a própria saúde e também de seus familiares, principalmente dos idosos e de outros grupos de risco”, alertou.
O presidente da AMM destaca que essa situação vem chamando atenção. Os professores efetivos estão preservados e vão receber os seus salários normalmente, enquanto os interinos estão sendo tratados de maneira diferente
“Estes profissionais da educação tem que ter o mesmo direito. É importante que sejam tratados com igualdade, pois merecem todo o respeito das autoridades e de toda a sociedade”, argumentou.
A Assembleia Legislativa também saiu em defesa dos professores contratados e interinos. Durante a sessão ordinária desta quarta-feira, o presidente, Eduardo Botelho criticou a decisão tomada pela secretaria estadual de Educação de suspender os contratos. Ele também considera que não é justo e disse que é um contrassenso neste momento.
“Os funcionários das empresas estão todos em casa e ninguém falou nada de não pagar salários. É um momento diferente e acho que o governo tem que rever isso, não é ir dizendo vai embora, quando puder a gente chama você, que história é essa?”, questionou Botelho
O presidente do Legislativo argumentou ainda que é uma dificuldade atrás da outra. “Eu acho um mau exemplo que o Governo está fazendo de suspender o contrato dessas pessoas agora. Não tem sentido, o Governo, com essa visão estreita, insensível, desumana, desamparar milhares de trabalhadores que são os contratados temporariamente”, disse o presidente da Assembleia Legislativa.