Nem mesmo o momento de pandemia pela Covid-19 impediu um dos países com maior índice de perseguição aos cristãos de continuar realizando atos contra os seguidores da fé em Cristo. A retirada de cruzes das igrejas, fato que já acontece há alguns anos, seguiu intensificada no último mês.
É o que relata uma reportagem da revista Bitter Winter, especializada em abordagens sobre direitos humanos e violações à liberdade religiosa na China. Segundo a publicação, apenas no último ano, cerca de 70 cruzes foram retiradas apenas na província de Shandong.
Em fevereiro, segundo a revista, o governo da cidade de Zhuangwu contratou trabalhadores para remover a cruz de uma igreja evangélica. A autoridade alegou que seria “desagradável aos seus superiores” ver a cruz no local e que ele poderia ser demitido do cargo se a mantivesse lá.
O templo, construído em 2007, implementou os quatro requisitos da chamada campanha de “sinicização” – processo de adesão às obrigações estabelecidas pelo governo – porém não escapou da violenta repressão imposta pelo Partido Comunista Chinês, que governa o país.
– O governo não fornece ajuda suficiente durante a epidemia, mas destrói as cruzes – reclamou um cristão que congrega no local.
E os argumentos para a retirada das cruzes variam de cidade para cidade. Nos casos da Igreja do Evangelho de Cristo e a Igreja Cristã de Luobei, no condado de Luobei, em Hegang, elas foram removidas sob a alegação de funcionários do governo de que “eram muito atraentes” e “atrairiam pessoas para as igrejas”.
Mesmo com a forte perseguição, os líderes religiosos encorajam os cristãos locais a manterem a fé. O pastor da Grace Church em Luobei, única igreja para protestantes de origem coreana no condado, declarou aos crentes que mesmo após a cruz ter sido retirada do templo, o importante é que ela não fosse “tirada dos corações”.