O leite materno está sendo estudado como um potencial aliado no tratamento contra o novo coronavírus. O estudo está sendo realizado pela Dra. Rebecca Powell da Divisão de Doenças Infecciosas da Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova Iorque nos Estados Unidos.
No início de abril, a pesquisadora pediu para que mães doassem um pouco de seu leite materno para que ela iniciasse o estudo. Mais de 900 mulheres responderam a este pedido e doaram seu leite e o número de mulheres participando da pesquisa só aumenta!
Em entrevista para o portal da Forbes nos Estados Unidos, a Dra. Rebecca Powell explicou qual é sua hipótese para este estudo. “Minha hipótese é que existem anticorpos no leite materno que podem combater o Covid-19 porque existe uma proporção de anticorpos no leite que vem do sangue”, explicou a Dra. Rebecca Powell.
A Dra. Rebecca Powell ainda disse: “Nós esperamos que os leites maternos usados no estudo tenham uma alta quantidade de anticorpos com alta função protetiva. Isto é importante para os bebês, obviamente, mas além disso, se o leite tiver um alto nível de anticorpos, esses anticorpos podem ser purificados e usados no tratamento de casos severos do Covid-19”.
A pesquisadora ainda ressaltou que isto não significa que é para as pessoas saírem por ai comprando leite materno online (algo que acontece nos Estados Unidos, mesmo sendo ilegal). “Eu não recomendo que ninguém compre leite materno e ingira! Qualquer fluído corporal pode carregar também outras doenças! Eu estou falando em purificar em laboratório anticorpos específicos presentes no leite materno para usá-los de forma terapêutica”, ressaltou a Dra. Rebecca Powell.
A Dra. Rebecca ainda relatou que se constatar que de fato há uma boa quantidade de anticorpos no leite materno que podem ser utilizados para o tratamento contra o Covid-19 irá tentar disponibilizar suas descobertas para uso nos hospitais o quanto antes. “Se eu constatar que de fato há altos níveis de anticorpos no leite materno que podem ajudar no combate ao novo coronavírus eu vou agir rápido. Eu já estou trabalhando com o FDA (órgão que regula medicamentos nos Estados Unidos) sobre a possibilidade de uma aprovação emergencial deste tratamento, caso a eficiência seja constatada na pesquisa”, concluiu a pesquisadora.