Relato minha experiência na campanha eleitoral de 2016, pelo qual espero contribuir para a atual campanha dos candidatos a vereadores principiantes aqui em Juara-MT. Afinal, esse é o relato de alguém que foi da euforia a frustração. No entanto, reconheço hoje os expressivos 280 votos que tive naquele momento, pelo qual sou imensamente agradecido até hoje.
Inicio alertando os atuais candidatos a vereador(a) no pleito de 2020, para que se apeguem a prudência e cautela, caso o sintoma da empolgação ou desânimo, venham das inevitáveis comparações entre seus pares. Aprendi que em campanha eleitoral, o grau de escolaridade e facilidade de retórica, não significam votos certos. Saibam filtrar o discurso do “já ganhou ou já perdeu”, no dia-a-dia da campanha. Cuidado com os bajuladores. Mas cuidado também com os pessimistas.
Em 2016, elaborei uma lista de quase 1.000 supostos amigos, simpatizantes e potenciais eleitores que declararam em alto e bom tom, que votariam em mim. Entrei na onda é claro. E acreditei nessa narrativa que vinham de todos os lados. Enfim, veio a frustração da não eleição, mesmo pautando minha campanha por um plano de trabalho extremamente propositivo e factível. Ledo engano e ilusão achar que a maioria dos eleitores fazem suas escolhas pelo candidato mais preparado.
Por outro lado, aprendi que campanha política não se faz somente no período eleitoral. É algo que é resultado de um trabalho prestado, ainda que esse trabalho seja filantrópico e assistencialista. Mas surte efeito na intensão dos votos dos eleitores.
Todo eleitor é importante, por mais simples ou sofisticado que ele seja. Voto é voto. Assim como, campanha é também um jogo de linguagem baseado na retórica objetiva, onde o discurso pode convencer. Nesse caso, não tenha um discurso e estilo único, mas vários, dependendo do público ao qual você se dirigi. Esse foi meu erro, nivelei todos os eleitores com a mesma régua de análise. Discurso intelectualizado surte pouco efeito em determinados contextos sociais.
Por mais que essa campanha de 2020 seja pautada na propaganda em redes sociais e nas mídias tradicionais, não descarte o velho e bom “corpo a corpo”. Porém, visitar o eleitor, não significa ir apenas uma vez, como eu fiz. Implica construir um elo e vinculo de confiança, o que significa várias visitas.
Enfim, o fato é que todos vocês candidatos sairão mais maduros dessa campanha, o que repercutirá na qualidade da nossa democracia representativa. Alguns felizes, outros triste. No meu caso, os equívocos da campanha, me fizeram ter a convicção que eu poderei melhor contribuir com o Brasil, sendo professor e pesquisador do ensino superior. É preciso ter vocação para a representação política local. Afinal, ser vereador é tornar-se pessoa pública. E isso, na prática, poucos sabem lidar.
Oseas Neves – Professor e pesquisador na Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat