A deputada federal Professora Rosa Neide (PT) participou nesta segunda-feira (22) de reunião virtual, com deputados, senadores e líderes das Centrais Sindicais do País, para discutir encaminhamentos para aprovação da retomada do Auxílio Emergencial, sem retiradas de direitos dos trabalhadores e o desmonte dos serviços públicos como propõe o governo federal.
Rosa Neide informou que por iniciativa dos parlamentares ligados à educação foi agendada uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para discutir a prioridade de vacinação dos profissionais da educação, contra a Covid-19. Entretanto, “como o governo trouxe esta semana para a pauta, que a retomada do Auxílio Emergencial ocorrerá somente com a aprovação da PEC que ataca os direitos dos trabalhadores e os direitos sociais, com certeza também trataremos desse tema”, disse Rosa Neide.
A petista citou que há um relatório preliminar elaborado pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC), sobre a PEC do Auxílio Emergencial, que na verdade não trata da retomada do Auxílio e sim da aprovação de medidas ultraliberais de ajuste fiscal, que desmontam os serviços públicos e atacam os servidores. “Um dos principais pontos contidos no relatório refere-se à desvinculação de recursos da saúde e da educação. Não ter os 25% garantidos para a educação e os 12% para a saúde é um ataque gravíssimo, sob o argumento de retomada do auxílio. Isso é chantagem”, asseverou Rosa Neide.
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA) destacou que o Colégio de Líderes da Casa já deliberou para que o relatório de Bittar seja pautado de forma célere. Portanto, “precisamos nos mobilizar para aprovarmos sim a retomada do auxílio emergencial, mas sem esses ataques aos recursos da saúde e educação e aos direitos”, defendeu.
O deputado Rogério Correa (PT-MG) destacou a importância da reunião com o presidente do Senado, visando a construção de uma resistência por parte da Oposição, das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais. “Essa agenda solicitada pela deputada Rosa Neide para tratar inicialmente da prioridade de imunização dos educadores, agora ganha outras pautas urgentes porque o governo quer chantagear o País condicionando a volta do auxílio a esse ataque aos serviços públicos”, disse.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) ressaltou que em vez de propor a retirada de recursos da Saúde e Educação, o governo precisa é garantir orçamento para a compra das vacinas. “O governo quer fazer ajuste fiscal em plena pandemia, quando não temos vacinas. Nossa luta inclusive na Comissão Mista de Orçamento, precisa ser pela garantia de orçamento para compra de vacinas”, disse.
O líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) chamou de ‘chantagem nefasta’ o conteúdo preliminar do relatório da PEC Emergencial. “O governo está fazendo chantagem ao propor a troca do auxílio pela aprovação de gatilho de privatizações e desvinculação de recursos da saúde e educação”, afirmou.
O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ariovaldo de Camargo, afirmou que o presidente Bolsonaro quer destruir os serviços públicos e desmontar o Estado Nacional e usa a necessidade de retomada do auxílio para atingir esse objetivo. “A CUT e os companheiros e companheiras do Movimento Sindical estarão na luta para impedir isso. Precisamos da retomada do auxilio, da retomada dos investimentos públicos e da retomada da política industrial. Lutaremos e vamos impedir as privatizações e o desmonte da capacidade do Estado de ofertar serviços públicos como propõe esse governo”, afirmou.
A reunião contou ainda com intervenção do líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (PT-RS), do senador Humberto Costa (PT-PE) e de representantes da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Intersindical, Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), CSP Conlutas e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Por sua vez, a deputada Rosa Neide informou que a reunião com o presidente do Senado será presencial e deverá ocorrer na próxima quarta-feira (24), às 11h30 e contará com a participação de parlamentares, sindicalistas e militantes de movimentos sociais.