Segunda nação país mais populosa do continente, com 110 milhões de pessoas, a Etiópia registrou até agora apenas 1.257 casos de Covid-19 e 12 mortes, de acordo com dados da universidade norte-americana John Hopkin.
Chama atenção a forma como o país lida com a pandemia: com foco na prevenção. Arkebe Oqubay, ministro sênior e assessor especial do primeiro-ministro, disse que o governo concluiu desde o início que não poderia arcar com os custos de um “lockdown”.
Dessa forma, as autoridades prepararam locais para 50 mil pessoas fazerem quarentena e disponibilizaram 15 mil leitos em centros de isolamento. Ainda assim, a maioria dessas vagas nem sequer foi utilizada até agora.
As cerimônias religiosas no país estão acontecendo eletronicamente, uma vez que as igrejas e mesquitas estão fechadas. De acordo com as autoridades, agentes de saúde comunitários já examinaram mais de 40 milhões de pessoas em suas residências, verificando seu histórico de deslocamentos e fazendo medições de temperatura corporal.
O país também faz campanhas por telefone, com jingles explicando os benefícios de lavar as mãos, praticar distanciamento social e usar máscara.
Apesar de sua economia ter crescido rapidamente nas últimas décadas, a Etiópia ainda é um país pobre, com renda per capita de apenas US$ 2.500 (R$ 13,3 mil). Quando a pandemia começou, o país tinha 22 ventiladores para pacientes com o novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Ao invés de um “lockdown” rígido, a Etiópia optou por uma resposta baseada na divulgação de mensagens públicas. “Esta não é uma doença que se combate com ventiladores ou UTIs. Noventa por cento da solução está no distanciamento social e na lavagem de mãos. A única maneira que temos de jogar e ganhar é enfocando a prevenção”, disse Arkebe.