Desde o dia 4 de abril, quem tem interesse em ser candidato às eleições municipais deste ano filiou-se a algum partido. Esse foi o prazo deliberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seis meses antes do pleito deste ano.
De lá para cá, diversos pré-candidatos a vereadores têm me procurado, perguntando quais os custos englobam uma campanha ao legislativo municipal. Campanha para vereador é uma das mais difíceis que existe. Somente em Cuiabá, foram quase mil candidatos para 25 vagas em 2016. Por isso é preciso ter organização desde agora.
Meu conselho é começar a montar a equipe de trabalho desde agora. Amigos, parentes ou pessoas contratadas, está na hora de o candidato começar a montar o organograma de campanha, saber também quantos voluntários deverá ter e aonde eles serão colocados.
Um custo muito importante da campanha são os materiais gráficos. Santinhos, faixas, panfletos, e folders fazem parte de um pleito eleitoral. Não deixe para fazer estes orçamentos em cima da hora. Se você é pré-candidato, já pode começar.
Mas para se tem material de campanha, precisamos que alguém a confeccione. Ou seja, você deverá contratar os responsáveis pela criação do seu material gráfico, como um diretor de arte, fotógrafo e produtor de conteúdo.
Nesta eleição, acredito que os candidatos deverão ter um cuidado muito grande com os impulsionamentos nas redes digitais. Hoje qualquer candidato consegue através da internet geolocalizar as publicações (muito importante para quem faz trabalhos comunitários em regiões da cidade) e também enviar publicações segmentadas de acordo com os interesses do eleitorado (saúde, educação, esporte…).
Por fim, não esqueça que você precisará contratar advogado e contador. É obrigatório que todos os candidatos prestem contas ao final do pleito. Se suas contas forem rejeitadas, corre-se o risco de ficar inelegível.
Importante ressaltar que boa parte destes custos, principalmente material gráfico, muitas vezes é custeado pelos partidos ou pela candidatura majoritária da sua coligação.
Mas se você estiver interessado em custear 100% da própria campanha, tem que ficar muito atento. Se você é empresário, não pode transferir dinheiro da sua empresa para sua conta de campanha. A transferência só pode ser feita via pessoa física e o valor deve ser obrigatoriamente menor do que você tinha na conta no dia 31 de dezembro de 2019.
Hoje é possível também fazer o ‘crowdfunding’, a vaquinha online. Desta maneira, eleitores, amigos e apoiadores ajudam a financiar a campanha de maneira coletiva. Além de fazerem doação de dinheiro, eles podem comprar algo também. Você, como candidato, é proibido doar camisetas e bonés, por exemplo. Mas poderá vendê-los, para arrecadar durante a campanha.
Quanto vai custar a sua campanha? Varia muito do quanto você já trabalhou até aqui. O certo é: quem começa a trabalhar em cima da hora investe mais. Quem está há mais tempo trabalhando, investe menos.
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Humberto Frederico é jornalista, consultor político e trabalha em campanhas eleitorais