O assassinato do engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, na última segunda-feira (18), chocou a cidade de Porto dos Gaúchos (a 651 km de Cuiabá), segundo o prefeito Moacir Piovesan (MDB).
O engenheiro foi executado com seis tiros na região do pescoço e da cabeça, disparados à queima-roupa dentro de um bar. O autor do crime, segundo a PolÃcia Civil, é o agricultor Paulo Faruck Moraes, que ainda deve se apresentar na delegacia.
“É uma situação que a gente não espera, pegou todo mundo de surpresa. Isso não é frequente. Foi uma fatalidade e causou um choque na cidade. É uma cidade pequena e todo mundo ficou triste. De ambas as partes, são duas famÃlias que se perderamâ€, afirmou Piovesan.
Nascido em Porto dos Gaúchos, o prefeito disse ao MidiaNews que o crime pegou toda o MunicÃpio de surpresa, até mesmo porque o suspeito de cometer o assassinato é conhecido na cidade e não teria um perfil violento.
“Conheço o Paulo. Ele sempre foi uma pessoa tranquila, já fui visita-lo várias vezes na fazenda dele, já almocei com ele lá. A gente só o conhece trabalhando, nunca em festa. Nunca teve perfil violento, sempre foi uma pessoa ‘na dele’, nunca teve o nome envolvido em nada. Até admirei de vê-lo envolvido nessa situaçãoâ€, afirmou.
Segundo o delegado Carlos Engelmann, que conduz as investigações, o crime teria sido motivado por um desacordo comercial entre o agricultor e o engenheiro assassinado – que, no caso, trabalhava para uma empresa atuante na região e teria cobrado o pagamento, dias antes do assassinato.
Moacir Piovesan é filho de pecuarista e agricultor e afirmou que esse tipo de conflito entre produtores e empresas não é algo comum no MunicÃpio.
“As empresas fazem esses pacotes, onde a empresa fornece adubo, veneno, insumos, e na hora da colheita os agricultores pagam em grãos, à s vezes em reais, depende de cada negociação. Mas esse tipo de negociação foi sempre foi feito de forma tranquilaâ€, disse.
Desacordo comercial
As investigações da PolÃcia Civil apontam, até o momento, que o agricultor teria cometido o crime por não admitir ter sido cobrado pelo engenheiro.
Conforme o delegado Carlos Engelmann, a empresa para a qual Silas Maia trabalhava teria destinado insumos agrÃcolas para o suspeito, que deveria entregar um carregamento de grãos à empresa na época da colheita, como pagamento.
Segundo o delegado, para não cumprir com o combinado, o suspeito teria desviado três cargas de soja para um armazém da cidade. Quando o engenheiro agrônomo descobriu o suposto desvio, teria ido até à fazenda do suspeito para cobrar o pagamento do débito, ameaçando protestar a dÃvida em cartório.
“Ele apurou os fatos e foi até a fazenda conversar com o suspeito. Apesar de terem se desentendido no momento, tudo indica que eles teriam se desculpado e se acertadoâ€, disse.
O delegado aguarda o agricultor se apresentar à polÃcia para ser interrogado. De acordo com ele, os advogados do suspeito informaram que ele vai se apresentar nos próximos dias.
FamÃlia se revolta
Em entrevista ao MidiaNews, o pai da vÃtima, empresário Joel JesuÃno da Maia, disse que está incrédulo com a brutalidade do crime e inconformado com a perda do filho. Ele cobra a prisão do autor do crime e pede por Justiça.
“Esse assassino é filho do capeta. Matar uma pessoa que está trabalhando, uma pessoa honesta, trabalhadora. Matar de covardia. O cara acha que as pessoas não têm famÃlia?â€, disse o pai, revoltado.
De acordo com o pai, Silas trabalharia apenas mais uma semana na região de Porto dos Gaúchos e preparava outro funcionário para assumir o local. Ele também estava noivo e tinha acabado de construir sua casa em Sinop, onde morava há 7 anos.