Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiram em assembléia geral extraordinária, realizada na última terça-feira (6), pela adesão à Greve Nacional em Defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal. A mobilização acontece na próxima terça-feira (13), na Praça Alencastro, região central de Cuiabá, às 14 horas.
Além da paralisação de todas as atividades, os docentes aprovaram a realização de uma oficina de cartazes na praça em frente ao Restaurante Universitário (RU), a partir das 11h30. De lá, os manifestantes sairão em carreata até a Praça Alencastro, onde será o ato unificado. O sindicato disponibilizará ônibus aos interessados em participar
Durante a análise de conjuntura, os docentes refletiram sobre os motivos que, conforme a Associação, levaram parte da sociedade a acreditar que direitos conquistados pelos trabalhadores ,apareçam, agora, como suposto privilégio.
Além disso, os professores demonstraram a leitura de que, com a imposição do Future-se, em breve os docentes também enfrentarão problemas como os que atingem os trabalhadores terceirizados da universidade: atrasos salariais, remunerações extremamente baixas e condições ainda mais precarizadas. Vale ressaltar que a proposta apresentada pelo Ministério da Educação prevê a contratação de professores via Organização Social (OS), e não mais concursos públicos.
Em maio, dois protestos aconteceram na Capital. Os manifestantes foram às ruas em protesto contra o contingenciamento de recursos anunciado pelo governo Bolsonaro na área da Educação. De acordo com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a redução de repasses atingirá 3,5% do orçamento total das instituições. O valor, no entanto, equivale a 30% dos recursos que as UFs e IFs têm para gastar com manutenção e investimento em pesquisas, por exemplo, visto que a maior parte do orçamento está toda comprometida e não pode ter destinação alterada.
Por conta do corte financeiro, no dia 16 de julho, a UFMT ficou sem energia elétrica por conta de seis faturas atrasadas, sendo quatro referentes a 2018 e duas a 2019. A concessionária de energia já havia notificado duas vezes a unidade quanto a possibilidade de corte caso não fossem pagas as contas em atraso. Após cerca de oito horas, a Concessionária Energisa restabeleceu a enérgia elétrica após pagamento de R$ 1,8 milhão.