O governador Mauro Mendes (DEM)  teme que as posições do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) sobre a preservação ambiental,  que levaram o Governo Federal a enfrentamento com a Alemanha e Noruega, seja desastroso para a economia de Mato Grosso. Isso porque os paÃses europeus já suspenderam o financiamento de projetos para preservação da Amazônia e o avanço do conflito pode gerar embargo ambiental.
No inÃcio deste mês, a Alemanha anunciou a suspensão do financiamento de  R$ 155 milhões para projetos de preservação da floresta amazônica, não apenas do Fundo Amazônia, onde o paÃs tinha uma participação menor. Alegou uma “grande preocupação com o aumento do desmatamentoâ€.
Na semana passada, a Noruega, maior financiador do Fundo Amazônia, anunciou a suspensão do repasse do equivalente a R$ 133 milhões, por discordar das mudanças feitas pelo Governo Bolsonaro nos comitês de gestão do fundo.
Em ambos os casos, Bolsonaro reagiu mal aos anúncios. Para a Alemanha, disse que a chanceler do paÃs, Angela Merkel, deveria usar o recurso para reflorestar seu paÃs. Aos noruegueses, disse que um paÃs que mata baleias e explora petróleo no mar do Norte não poderia dar lições aos brasileiros e divulgou um vÃdeo nas redes sociais atribuindo ao paÃs uma matança promovida pela Dinamarca.
“O que me causa preocupação gigantesca é a condução deste momento, em que foi sinalizado um crescimento do desmatamento na Amazônia.  Isso pode atrapalhar as relações comerciais que o Brasil tem com muitos paÃses. Isso pode gerar um embargo ambiental dos produtos do agronegócio brasileiro, o que seria catastrófico para o Brasil e seria um desastre para a economia do Estado de Mato Grossoâ€, pontuou o governador.
Para evitar os possÃveis impactos negativos, Mauro já está se movimentando. A principal medida é conversar diretamente com os embaixadores dos paÃses europeus para apresentar o sistema Imagem Planet, que monitora o desmatamento em tempo real no território mato-grossense.
“Nós estamos tomando uma série de medidas para que isso não ocorra. Vamos começar a marcar agendas com embaixadores para que nós possamos dialogar com eles mostrando todo esforço pela preservação ambiental e legalidade ambiental, inclusive o sistema que colocamos em funcionamento e que consegue detectar em tempo real o desmatamento de meio hectare. Ninguém tem isso no Brasilâ€, completou.
A posição foi divulgada em nota assinada pelos Estados que fazem parte do chamado Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. Além de Mato Grosso, os integrantes são Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Além disso, Mauro lembra que Mato Grosso passa por dificuldades financeiras e não pode abrir mãos dos recursos do Fundo Amazônia. Inclusive, parte da ajuda enviada pelos paÃses da Europa ajuda no financiamento do combate as queimadas que é um dos grandes problemas ambientais que o Estado enfrenta nesta época do ano.
“Com relação ao Fundo Amazônia, nós temos uma preocupação gigante, que vai muito além da perda da receita que esses fundos poderiam dar a Mato Grosso. Nós somos uma economia com muita dificuldade de fazer investimentos, então todo dinheiro é bem vindo. Nós queremos preservar, nós queremos cumprir a legislação. O mundo tem que nos ajudar. O mundo se propôs a isso. Foi feito acordos que haveria compensações para os paÃses que não desmatassem, que reduzissem a emissão de carbono e nós temos feito isso. Então, queremos que o mundo faça esses pagamentos, inclusive em valores mais expressivosâ€, concluiu o democrata.