A Millenium Bioenergy, consórcio de empresas de vários setores, pretende investir cerca de US$ 1 bilhão para a construção de usinas de etanol de milho e outros produtos derivados do processamento de grãos.
As duas primeiras unidades serão em Mato Grosso, nos municÃpios de Tabaporã e Jaciara, mas a companhia já busca licenças ambientais para três plantas no Amazonas e uma em Roraima. O projeto de Tabaporã, municÃpio do norte mato-grossense, será o único “flex”, ou seja, modelo que utilizará cana-de-açúcar e milho na fabricação do biocombustÃvel.
Segundo Eduardo Lima, CEO da Millenium, a companhia terá sete mil hectares disponÃveis com cana para ser processada juntamente com o grão. As outras usinas são “full”, com o uso apenas do cereal, e terão como modelo a unidade de Jaciara, também em Mato Grosso (MT).
Cada usina custará cerca de US$ 170 milhões e terá capacidade anual de processar 480 mil toneladas de milho, produzir 206 milhões de litros de etanol e 150 mil toneladas ano de DDGS, farelo de alta proteÃna utilizado como ração animal.
“Cada planta industrial desse modelo deve ficar pronta em até 24 meses a partir do inÃcio das obras e terá a possibilidade de ser ampliada para dobrar a produção”, disse Lima ao Broadcast Agro.
Segundo o executivo, o consórcio já tem licenciamento prévio para a construção de três usinas no Amazonas – em Manaus e nos municÃpios vizinhos de Rio Preto da Eva e Itacoatiara – e espera ainda para este mês o licenciamento para a quinta unidade, a primeira a produzir etanol em Roraima, no municÃpio de Bonfim.
Para abastecer as unidades do Amazonas, a Millenium buscará milho de Mato Grosso. “O Amazonas já recebe soja há muito tempo para ser exportada. Só vamos trocar pelo milho para utilizar nas usinas e gerar emprego e renda aqui no Brasil”, disse.
Outra fonte de matéria-prima é o próprio Estado de Roraima, onde o cultivo de grãos avança e a cultura de milho é uma opção tanto para a produção de etanol como para a de proteÃna animal. A fonte de energia desses dois Estados deve ser o gás natural ou o gás liquefeito de petróleo produzido na própria região, segundo Lima.
De acordo com o CEO da Millenium os recursos para os projetos virão de fundos de investimentos, principalmente europeus e asiáticos, e todas as futuras usinas só sairão do papel com uma demanda garantida pelo etanol e o DDGS exportado.
“Não se faz nada se não tiver demanda certa. No caso do DDGS já há contratos de fornecimento de dez anos”, garantiu. O modelo de consórcio é formado, entre outras, por empresas de tecnologia, engenharia, ambientais, serviços e quÃmicas.
“A gestão do consórcio é dividida em três empresas: a corretora Marsh (risco), a Hill International (obras) e a Fluor Corporation (engenharia)”, afirmou Lima. Além do Brasil, a Millenium tem projetos em Queensland (Austrália) e na Flórida (Estados Unidos).