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Projeto que amplia desmate sem ter que replantar passa em 1ª votação

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Assembleia aprovou, na manhã de hoje (11) em primeira votação, um projeto que aumenta de 12 mil metros cúbicos para 49,5 mil metros cúbicos o limite de consumo de madeira em tora sem que seja preciso reflorestar em Mato Grosso. O projeto deve passar pela segunda votação ainda nesta quarta, em sessão extraordinária.

Ao todo, 17 deputados foram favoráveis ao projeto enviado pelo governador Mauro Mendes (DEM). Dilmar Dal Bosco (DEM), Saturnino Masson (PSDB), Silvio Fávero (PSL), Paulo Araújo (PP), Valmir Moretto (PRB), Ulysses Moraes (DC), Oscar Bezerra (PV), Sebastião Rezende (PSC), Delegado Claudinei (PSL), Xuxu Dal molin (PSC), Doutor Eugênio (PSB), João Batista (PROS), Janaina Riva (MDB), Elizeu Nascimento (DC), Doutor João (MDB), Nininho (PSD) e Eduardo Botelho (DEM).

Foram contrários ao projeto os deputados Wilson Santos (PSDB), Lúdio Cabral (PT), Thiago Silva (MDB), Valdir Barranco (PT) e Max Russi (PSB).

Na prática, o projeto dá autorização a um volume maior de desmatamento no Estado sem necessidade de recuperar ou replantar florestas.

“Eu quero fazer a leitura do projeto, porque os colegas que são madeireiros ou têm ligação com a indústria estão fazendo confusão. Não tem nada a ver com manejo sustentável. A nossa preocupação é com a sustentabilidade da própria industria da madeira. Não tem nada a ver com projeto de manejo sustentável”, destacou Lúdio durante o debate.

“Estamos é aumentando o limite de 12 mil para 49,5 mil metros cúbicos de madeira por ano sem precisar fazer qualquer tipo de manejo. Sem precisar conservar um palmo de floresta nativa, sem precisar replantar uma árvore sequer. Não tem nada a ver com projeto de manejo sustentável, que é outro debate que precisa ser feito. O que nós estaremos autorizando é autorização do limite de 12 mil metros cúbicos por ano para 49,5 mil metros cúbicos para derrubar sem precisar recuperar ou replantar”, disse.

O deputado Valdir Barranco lembrou que um projeto praticamente idêntico foi derrotado na Assembleia há menos de um mês. A única diferença era que o limite imposto pelo texto anterior era de 50 mil metros cúbicos de madeira em tora.

“Nós já derrotamos essa matéria não faz um mês. Agora vem e apresenta uma nova mensagem, embutida e travestida de nova. Não pode tramitar de novo nessa casa. Nós já derrotamos. Basta buscar nos anais do plenário, nem tinha que estar aqui perdendo tempo. Se quiser, que venha ano que vem”, disse antes da votação.

Xuxu Dal Molin rejeitou a ideia de que o desmatamento no Estado possa ser relacionado aos altos índices de queimada constatados pelos satélites de monitoramento neste ano. Para o parlamentar, as queimadas estão mais presentes nas margens de rodovias, em áreas urbanas e em reservas indígenas.

A queimada está aqui dentro de casa, mas querem acusar o desmatamento. É mentira. Temos que fazer a regularização fundiária, tudo que está ilegal é onde acontecem os problemas. Nosso problema não são os agricultores, que estão queimando trator para salvar suas propriedades. Estão quase morrendo para parar a queimada nas suas fazendas. O problema está nas reservas indígenas, nas rodovias, nas áreas de preservação. Nós só estamos fazendo o dever de casa apoiando a regularização do nosso Código Florestal”, declarou.

Oscar Bezerra ressaltou a importância do projeto para o desenvolvimento do setor madeireiro e da economia do Estado. “Nós precisamos fazer com que nosso Estado desenvolva suas atividades e não bloquear, não tentar impedir essas atividades”, disse.

Enquanto isso, o deputado Wilson Santos lembrou que o governador Mauro Mendes vai à ONU participar de debates sobre o meio ambiente em 23 de setembro. Ele chegou a pedir o adiamento da votação para que o projeto não fosse aprovado antes da reunião, passando mensagem de aumento da tolerância com o desmatamento do Estado em um momento em que outros países pedem medidas em sentindo contrário.

“Não vai ficar bem para o governador na ONU, se ainda não chegou a notícia vai chegar. Deixa para depois da passagem por Nova York…”, afirmou.

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