Home Ultimas Notícias Tribunal de Justiça vê ‘saúde comprometida’ na prisão e manda soltar líder financeiro do Comando Vermelho

Tribunal de Justiça vê ‘saúde comprometida’ na prisão e manda soltar líder financeiro do Comando Vermelho

5 min ler
0

A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça acatou habeas corpus e determinou a soltura de Ulisses Batista da Silva, o “Coroa”, acusado de ser líder financeiro da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso.

Ele irá cumprir prisão domiciliar e usará tornozeleira eletrônica.

Ulisses estava preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) desde o dia 8 de agosto de 2018 em decorrência da Operação Red Monet, da Polícia Civil.

A operação descobriu que Ulisses foi um dos responsáveis por movimentar cerca de R$ 52 milhões no período de um ano e meio.

Segundo a Polícia Civil, dezenas de contas bancárias foram utilizadas para a movimentação. Geralmente, as contas eram pertencentes a familiares e pessoas próximas aos líderes do esquema. A esposa de Ulisses, por exemplo, recebeu em suas contas bancárias cerca de R$ 1,5 milhão, no período investigado.

No habeas corpus, a defesa alegou que Ulisses se enquadra no grupo de risco da Covid-19, por ser portador de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo II.

Com base no laudo médico, o relator do habeas corpus, desembargador Pedro Sakamoto, afirmou que o quadro de saúde de Ulisses encontra-se “precária”, podendo inclusive, acarretar comprometimento sério e irreversível de parte da sua visão por conta da diabetes.

“Desse modo, a manutenção do cárcere, nesse momento, não se apresenta recomendável, pois, além de o paciente ser mais suscetível de contrair a Covid-19, por se enquadrar no grupo de risco, seu atual quadro de saúde encontra-se precário, de modo que lhe foi recomendado, de maneira imprescindível, que seja urgentemente isolado em seu domicílio”, afirmou Sakamoto.

“Impende consignar que não ignoro o fato de que as autoridades responsáveis estão conjugando esforços para prevenir o contágio do novo coronavírus dentro do ambiente prisional, todavia, penso que a dificuldade de higienização e deficiências estruturais, naturais das unidades prisionais, por ora, são prejudiciais à saúde do beneficiário”, acrescentou o desembargador.

O voto de Sakamoto foi acompanhado pela unanimidade da Câmara que é formada por três desembargadores.

A operação

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 8 de agosto deste ano e a segunda, complementar à investigação, foi executada no dia 1º de outubro.

Durante a investigação foram expedidos 110 mandados de prisão preventiva, sequestro de 23 imóveis, incluindo uma fazenda em Salto do Céu, apreensão de cerca de R$ 60 mil, em joias, bloqueio e sequestro de valores em contas bancárias, além de apreensão de dinheiro em espécie, atingindo a aproximadamente R$ 730 mil.

Do patrimônio sequestrado e apreendido, estão à disposição da Justiça 21 automóveis, 18 motocicletas, cinco caminhões e um semi-reboque, além de seis empresas interditadas que tiveram sua atividade econômica suspensa.

 

 

Carregue mais postagens relacionados
Carregue mais por Porto Notícias
Carregue mais em Ultimas Notícias
Comentários estão fechados.

Verifique também

Mulher procura pelo irmão João Ferreira Azevedo que segundo informações pode morar em Porto dos Gaúchos

Eva Ferreira Azevedo que mora em Cuiabá, entrou em contato com a redação pedindo ajuda par…